sábado, 26 de fevereiro de 2022

Lucas Banzoli: a Bíblia e a escravidão


CAP. 1 – A ESCRAVIDÃO NO ANTIGO TESTAMENTO:

1.1 Definições:

A escravidão tem sido um dos piores males e uma das páginas mais sombrias da história humana na terra. Dificilmente um dia olharemos para trás e retiraremos a culpa de nossos antepassados em perpetuar tanta maldade, crueldade e desumanidade para com o próximo. Os neo-ateus sabem disso, e veem nisso uma ótima oportunidade para fazer aquilo que eles mais sabem fazer: atacar o Cristianismo, custe o que custar. O problema é que a maioria esmagadora dos neo-ateus jamais leu a Bíblia toda na vida. Sua militância se baseia inteiramente em versos isolados, grosseiramente tirados do contexto, sem nenhum tipo de exegese ou hermenêutica, e se resumindo meramente àquilo que é divulgado através de livros e blogs neo-ateístas. Seria como se um cristão quisesse criticar a evolução de Darwin apenas lendo o blog criacionista Answers in Genesis.

Norman Geisler e Frank Turek: a confiabilidade do Novo Testamento


Introdução:

Para verificar se o NT é um registro fidedigno da história, precisamos responder a duas perguntas em relação aos documentos que compõem o NT:

1. Temos cópias precisas dos documentos originais que foram escritos no século I?

2. Esses documentos falam a verdade?

Vamos começar com a pergunta número 1:

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Greg Koukl (Stand to Reason): verdades auto-evidentes


Estou convencido de que muitas ideias fundamentais para uma cosmovisão cristã sejam ideias que as pessoas já acreditam sem ter de serem persuadidas para elas.

David Baggett (Moral Apologetics): 7 razões pelas quais a apologética moral aponta para o cristianismo


Introdução:

Os argumentos morais para a existência de Deus são geralmente empregados com o propósito de defender a afirmação de que Deus existe. Contudo, eles sugerem algo mais específico do que a existência de um mero “legislador universal”, ou um Deus genérico. É possível chegar a uma conclusão mais detalhada do que isso. O ponto é que esses argumentos são considerados evidências plausíveis de que o Cristianismo, em particular, é verdade.

Antes de iniciarmos a exposição, é necessário explicar outro ponto importante: não é verdade que somente pela apologética moral se possa deduzir os aspectos da revelação especial contidos no Cristianismo, de modo algum. Contudo, à luz do Cristianismo revelado, os argumentos morais para a existência de Deus apontam naturalmente em sua direção. A apologética moral apenas reforça aquele famoso questionamento oriundo da experiência moral comum e universal do ser humano, a de que “existe algo de errado com o mundo”. Contudo, não resolve o problema moral. Somente a revelação especial, através de Jesus Cristo, é capaz de solucionar o problema moral e a experiência moral comum e universal.

A exposição a seguir não é exaustiva, mas traz algumas boas razões para pensar que a apologética moral aponta em específico para o Cristianismo, isto é, para Jesus Cristo.

Saulo Reis (Acrópole da Fé Cristã): Jesus realmente ressuscitou dos mortos?


Introdução:

A Páscoa está chegando, e é esta a época em que os cristãos celebram a morte e ressurreição de Jesus. Nós cristãos acreditamos que Jesus é Deus encarnado, que veio à Terra e voluntariamente se entregou para ser sacrificado pelos nossos pecados, pagando o salário do pecado — que é a morte — em nosso favor. Três dias depois da sua morte, Jesus foi ressurreto dos mortos e, por meio desse sacrifício e ressurreição, Ele nos garantiu, por meio de Si mesmo, que cada um de nós tivéssemos novamente acesso ao Pai, e o caminho para a vida eterna.

É uma história interessante e bastante incrível. Considere por um momento agora: como uma pessoa não-cristã enxergaria essa crença? Parece loucura não? Sim, parece loucura. No entanto, é preciso que nós, cristãos, nos lembrássemos que os relatos da morte e da ressurreição de Jesus não são meras crenças, mas sim eventos históricos e que, portanto, podem ser estudados e analisados como outro fator histórico qualquer. É justamente por isso, por ser um evento histórico real, é que podemos falar das evidências materiais para comprovar sua historicidade.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Felipe Forti (Acrópole da Fé Cristã): um argumento psicológico contra o relativismo


Introdução:

Muitos dos pensadores modernos encontrarão conforto em admitir que verdades com relação ao mundo físico (que pode ser percebido empiricamente) não são relativas. Admitem eles que, quando vamos no médico, não esperamos dizer ao médico que a doença no diagnóstico é “verdade para ele, mas não para mim”. Contudo, muitos deles encontram problemas com verdades objetivas no que diz respeito à religião, moral e metafísica em geral.

Saulo Reis (Acrópole da Fé cristã): o cristianismo primitivo foi ridicularizado por acolher mulheres


Introdução:

Em fontes patrísticas, vemos o cristianismo primitivo ridicularizado por ser uma religião cheia de mulheres.

Antes de falarmos dessas fontes, porém, devemos observar que o cristianismo primitivo recebeu essa crítica precisamente porque era muito popular entre as mulheres. O sociólogo Rodney Stark estima que talvez dois terços da comunidade cristã durante o segundo século eram de pessoas do sexo feminino. Isso era exatamente o oposto do mundo greco-romano mais amplo, onde as mulheres representavam apenas um terço da população.

As mulheres deixaram os sistemas religiosos do mundo greco-romano, com os quais estavam familiarizadas, e decidiram conscientemente aderir ao movimento cristão crescente. Ninguém as obrigou a fazer isso. Ninguém as fez se tornarem cristãs.

Pelo contrário, o Cristianismo era um pária cultural. Foi um movimento estranho em todos os tipos de formas — legal, social, religioso e políticamente falando. Os cristãos eram muito desprezados, vistos com suspeita ou desprezo, e considerados como ameaças à sociedade estável.

Mesmo assim, as mulheres aderiram ao movimento cristão primitivo.

Saulo Reis (Acrópole da Fé Cristã): Dr. Stephen Meyer, o argumento da informação cosmológica


Introdução:

Neste texto, irei expor um novo argumento para a existência de Deus, baseado nos modelos mais modernos de cosmologia quântica, proposto pelo Dr. Stephen Meyer, doutor em filosofia da ciência pela Universidade de Cambridge, em seu livro The Return of the God Hypothesis.

Antes de tudo, é preciso explicar o que seria cosmologia quântica. É um assunto já “acadêmico demais”, talvez distante do vocabulário comum dos cristãos não habituados ao linguajar das ciências naturais. Ademais, não pretendo falar apenas de cosmologia — que por si mesmo já é um assunto avançado —, mas a adição da palavra “quântico” torna a coisa ainda mais complicada. Prometo, por isso, buscar escrever com a maior clareza possível e, desse modo, acrescentar outro bom argumento à discussão moderna na área da Teologia Natural.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Saulo Reis (Acrópole da Fé Cristã): o teorema de Bayes


Introdução:

Como construir um argumento para uma hipótese cristã usando o Teorema de Bayes? Podemos dar como exemplos de hipóteses os dois exemplos a seguir: (1) a hipótese de Jesus ter ressurreto dos mortos, dado que Deus exista; e (2) a hipótese de Jesus ter ressurreto dos mortos, dado que ele apareceu aos discípulos apos sua crucificação. A segunda dessas hipóteses é a mesma que formulei no meu processo de credenciamento junto ao Reasonable Faith em 2017. Para isso, é preciso que entendamos primeiramente o que é o Teorema de Bayes, e qual é a sua finalidade. Nesta publicação, que é a primeira parte do texto completo sobre o Teorema de Bayes, meu objetivo é avaliar a primeira dessas hipóteses.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Saulo Reis (Acrópole da Fé Cristã): o delírio materialista em 9 pontos


Alguns delírios materialistas:

Alvin Plantinga: naturalismo metodológico? (Parte 2)


Introdução:

[Esta é a segunda parte de um artigo de duas partes.] A doutrina filosófica do naturalismo metodológico é falha. Em muitas áreas, a ciência não é religiosamente neutra. Além disso, nem as afirmações sobre a definição ou a natureza essencial da ciência, nem as pressuposições teológicas (por exemplo, "integridade funcional") podem sustentar adequadamente o naturalismo metodológico. No entanto, pode-se encontrar um apoio mais forte para a doutrina no que pode ser chamado de "ciência duhemiana" - isto é, aquelas investigações empíricas realizadas por todas as partes em um terreno comum, independentemente de quaisquer suposições metafísicas que possam ser sustentadas por apenas alguns pesquisadores. A ciência duhemiana é, portanto, "maximamente inclusiva". A "ciência agostiniana", por outro lado, pode empregar suposições teológicas ou filosóficas particulares.

Alvin Plantinga: naturalismo metodológico? (Parte 1)


Introdução:

A doutrina filosófica do naturalismo metodológico sustenta que, para qualquer estudo do mundo qualificar-se como "científico", não pode se referir à atividade criativa de Deus (ou a qualquer tipo de atividade divina). Os métodos da ciência, afirma-se, "não nos dão nenhuma compra" em proposições teológicas - mesmo que estas sejam verdadeiras - e a teologia, portanto, não pode influenciar a explicação científica ou a justificação da teoria. Assim, diz-se que a ciência é religiosamente neutra, mesmo porque ciência e religião são, por suas próprias naturezas, epistemicamente distintas. No entanto, a prática real e o conteúdo da ciência desafiam essa afirmação. Em muitas áreas, a ciência é tudo menos religiosamente neutra; além disso, os argumentos padrão para o naturalismo metodológico sofrem de várias deficiências graves. [Esta é a primeira parte de um artigo de duas partes.]

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Emerson Oliveira (Logos Apologética) refuta Antonio Miranda: "a farsa do Novo Testamento"

 


Introdução:

Não gosto de dar palco e publicidade a esses simplistas aqui mas é bom responder para que não enganem mais pessoas. Desta feita, o tal Miranda vem com uma alegação mais bizarra que a outra: que os evangelhos foram escritos pelos egípcios em Alexandria! Acredite. É isso o que alega.

Vamos responder cada alegação.


Logo após o histrionismo falso de se chamar de “teologia reversa” (sic) já começam as alegações. Basicamente, a alegação do sujeito, completamente desinformado, é a de que os escritores do Novo Testamento deveriam ter escrito o NT em hebraico ou aramaico e não em grego (!) dado que eram hebreus. E no final fala o absurdo que que os evangelhos foram escritos no Egito (!). A desinformação desse cara é suprema.

Tekton education and apologetics ministres: a passagem de João 7:53-8:11 (a "pericope adulterae") é autêntica?


Introdução:

O relato da mulher apanhada em adultério (João 7,53-8: 11) tem uma história textual que fez gerar muitas discussões. Michaels, em seu comentário sobre João oferece os detalhes: A passagem não está nos manuscritos mais antigos (com uma exceção); naqueles manuscritos onde encontramos, ela não é encontrado em um só lugar. Alguns a colocam no final de João. Alguns a colocam depois de João 7,36; outros, depois de 7,44. Alguns em Lucas, depois de Lucas 21,38.


Então, o que está acontecendo aqui? Será que temos um pouco de evangelho rejeitado, ou uma história inautêntica de Jesus, em nosso cânon?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Lucas Banzoli: a autenticidade do Novo Testamento


Introdução:

Muitos céticos, ateus, agnósticos e pasme: até mesmo alguns que se dizem “cristãos” creem que a Bíblia foi corrompida pela Igreja cristã, sendo adulterada e tendo passado por muitas alterações, acréscimos e modificações com o passar dos séculos. Tais acusações gratuitas vem de pessoas que nunca estudaram um mínimo de história antiga ou não conhecem nem um pouco sobre Crítica Textual, pois, se estudassem, saberiam que não existe obra antiga mais confiável do que o Novo Testamento.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Lucas Banzoli responde: Jesus foi inventado por Constantino no concílio de Niceia?


Introdução:

A despeito de todas as provas históricas apresentadas aqui de autores não-cristãos atestando a existência histórica de Cristo e de seus seguidores já no primeiro século da era cristã (veja aqui: https://rodrigues020tfmdefesalogicadafecrista.blogspot.com/2022/02/lucas-banzoli-as-provas-historicas-da.html#more), os conspiracionistas não desistem. Eles gostam muito de citar Constantino e o Concílio de Niceia em todas as suas teorias conspiratórias.

Se você acha que Jesus é um mito, mas não tem qualquer prova ou evidência disso, é muito simples: diga que foi inventado no Concílio de Niceia. Se você acha que alguém começou a inventar o “mito de Jesus”, mas não sabe quem foi nem tem a mínima ideia de quem possa ter feito isso, não desista tão rápido de sua teoria conspiratória para enganar os incautos e os ignorantes: é muito mais simples citar o nome de Constantino.

E já que essas pessoas a quem você (conspiracionista) se dirige são tão ou mais ignorantes quanto você mesmo, e tão ou mais preguiçosas de irem averiguar a verdade quanto você, obviamente elas não vão nem ao menos se darem ao trabalho de no mínimo lerem os cânones de Niceia. Aceitam passivamente qualquer teoria da conspiração por mais ridícula que seja, tamanha a vontade delas em refutarem a fé cristã. E infelizmente tais teorias conspiracionistas tem tido bastante sucesso em nosso meio, porque as pessoas geralmente não se preocupam em se informar, mas creem cegamente em tudo o que lhes é dito – contanto que seja algo contra a fé cristã.

Lucas Banzoli responde: o papa Leão X negou a existência de Jesus?


Introdução:

Muitos céticos, agnósticos e ateus questionam a veracidade de Jesus à luz da história. Se Jesus realmente não existiu, não há qualquer razão para ser cristão. De fato, o Cristianismo poderia ser considerado um belo modelo de conduta moral, mas totalmente falso, pregando o amor àquele que não existe, que alguém que nunca existiu deu a vida por nós e que nunca houve sua ressurreição dos mortos. Assim sendo, tudo aquilo que envolve expiação pelos pecados, salvação e justificação pela fé seria completamente aniquilado.

Por outro lado, se Jesus realmente existiu, já temos um primeiro importante passo para a veracidade da fé cristã. Isso provaria que os apóstolos não inventaram uma história em torno de Jesus Cristo. Que alguém realmente acreditou ser o Verbo encarnado, que se fez homem, que habitou entre nós, que morreu e que – pelo menos de acordo com esses discípulos – teria ressuscitado dos mortos. Mas os ateus têm base histórica para negar a existência de Jesus? Não, eles não têm.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Lucas Banzoli: as provas históricas da existência de Jesus


Introdução:

A verdade é que, na inexistência de declarações históricas que contestem a existência de Cristo ou que atestem alguma farsa em torno da “criação” de um “mito” chamado Jesus, eles precisam desesperadamente apelar para a falsificação de textos. Isso porque a verdade histórica é incontestável: Jesus Cristo realmente existiu. E é isso o que veremos a partir de agora, citando autores não-cristãos que viveram no primeiro século e testemunharam da existência de Jesus Cristo.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Douglas (Distributista Cristão): o problema da fenomenologia ao longo da história da filosofia


Introdução:

Quando o problema da fenomenologia surgiu na história da filosofia com o desenvolvimento da óptica e, a seguir, a revolução copernicana, o teísmo clássico não lidou bem o problema, fato do qual até hoje católicos meio tomistas-puristas insistentemente alegam que a fenomenologia é uma mentira e que é uma heresia porque leva ao relativismo ou "solipsismo".

A questão é que o desenvolvimento que se sucedeu deste problema trouxe a apologética moderna, pressuposicionalista e transcendental, que conseguiu compreender que, diferente do que se pensava, o problema da fenomenologia é muito pior para o naturalismo e que torna a dar argumentos fortes para o teísmo.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Douglas (Distributista Cristão): as diferenças entre o tomismo e o agostinianismo e o surgimento do tomismo transcendental


O tomismo é externalista epistemológico, agostinianismo é internalista. Tomás de Aquino abstrai da teoria de iluminação de intelecto a parte mística neo-platônica de Agostinho, e a representa dentro de seu psicologismo com a teoria do fantasma e etc. O intelecto em Aquino deixa de ser outra faculdade e vira uma etapa predicativa do próprio entendimento racional.

Em Agostinho, intelecto e razão são literalmente faculdades distintas, em Tomás o homem conhece tudo pela razão, em Agostinho o homem só conhece transcendentais pelo intelecto.

Douglas (Distributista Cristão): a briga entre Hegel e Schopenhauer


A briga Schopenhauer x Hegel é muito mais antiga do que parece. As cosmologias (ou cosmoganias) na transição do teísmo ou politeísmo para o panteísmo ou panenteísmo tem duas origens:

Douglas (Distributista Cristão) responde: o budismo é uma religião ateísta?


Introdução:

Os budistas no ocidente moderno seguem uma interpretação do budismo que não admite o sobrenatural nem a divindade, mas essa visão está longe de ser autêntica. Quase certamente representa um modo diferente de encarar o budismo em relação à maior parte da história dessa religião. Nessas interpretações céticas, outros reinos de existência e deuses são vistos por eles apenas como metáforas úteis para entender aspectos da mente.

Douglas (Distributista Cristão): o problema de Kant e de ateus que acham que podem o usar sem serem religiosos


Introdução:

Algumas pessoas não sabem dizer se sua ética (de Kant) é ou não derivativa do ser.

Douglas (Distributista Cristão): sobre o nominalismo de Ockham


Introdução:

Tenho que falar de coisas que vão chocar alguns: é comum no meio católico falarmos que o nominalismo de Ockham é heresia, e termos o tomismo-aristotélico como referência, mas o nominalismo de Ockham é consequência previsível do tomismo-aristotélico.