Introdução:
Luiz Carlos Prates em um dos seus comentários no jornal "SBT meio dia", fez uma série de ataques ao cristianismo, envolvendo a igreja católica, a Bíblia e as mulheres. O comentário de Prates a respeito do assunto foi na época em que o papa Francisco foi eleito o novo papa da igreja católica (mais precisamente, 1 dia depois da eleição de Francisco). Prates afirma que a Bíblia e que a igreja católica é machista, mas será que isso é verdade? Vamos ver suas alegações:
As alegações de Prates:
"Francisco está chegando para modernizar a igreja, e que a modernize de imediato. Por que mulheres não são ordenadas? Por que mulheres não podem administrar os sacramentos? Quem as proibiu? Eu quero a liberação incondicional com a aprovação da igreja para o uso da camisinha, a aprovação e a aceitação dos divorciados dentro da igreja, a liberação incondicional e a aceitação da pilula anticoncepcional, a aceitação da liberdade sexual das pessoas (a homossexualidade), isto tudo deve ser discutido para a modernização da igreja. E sobretudo: eu ouvir do senhor papa a explicação para textos como por exemplo de Eclesiastes capítulo 7 e versículo 26: "E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela." 25:17 de Eclesiastes: "A tristeza do coração é uma chaga universal, e a maldade feminina é uma malícia consumada." Eclesiastes 25:26 - "Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher; que a sorte dos pecadores caia sobre ela!" Eclesiastes 25:33 - "Foi pela mulher que começou o pecado, e é por causa dela que todos morremos." Eclesiastes 42:13 - "pois assim como a traça sai das roupas, assim a malícia do homem vem da mulher." Colossenses 3:18 - "Mulheres, cada uma de vós seja submissa ao próprio marido, pois assim deveis proceder por causa da vossa fé no Senhor." Timóteo 2:9-14 - "Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras. A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine (ser professora é pecado), nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão." Quer dizer, o pecado, a malícia, tudo o que não presta sobre a terra vem da mulher, eu quero que a igreja revise estes conceitos misóginos e criminosos contra as mulheres. Pego o jornal hoje, e na catedral de Buenos Aires, aqui estão três idosas (não as quero chamar de velhas) em estase, em estase! São as mulheres que viabilizam todas as igrejas, são elas que limpam o pó do altar, estendem o tapete para o padre, cortam bandeirinhas para a festa da igreja, mas o pecado é a mulher. Francisco, revise tudo isto Francisco, já! Imediatamente Francisco!"
Refutação:
Antes de fazermos as refutações, uma observação: sou protestante, mas no que tange as objeções do senhor Prates a igreja católica, eu estarei dando a resposta de acordo com o pensamento católico. Feito estas observações, vamos para a refutação: eu acho engraçado esses ateístas como o Luiz Carlos Prates que quando vão atacar a Bíblia, Deus ou a igreja católica, eles dizem ou que a Bíblia é imoral por supostamente ser contra a mulher, ou dizem que Deus é um canalha e burro por não impedir o pecado do homem ou dizem que a igreja é imoral por causa da inquisição. O que é mais engraçado neste discurso anti-cristão, é que eles alegam todas estas besteiras mas são incapazes de fundamentar elas. Qual a base moral que o Prates possui para determinar que Deus é imoral? Como o Prates consegue fundamentar moralmente que um estupro, um assassinato ou qualquer outro crime hediondo seja errado? Na lógica materialista do Prates, essas perguntas feitas não fazem o menor sentido, uma vez que no ateísmo a moralidade se torna mera questão de opinião, ou seja, é subjetiva. Logo, o ateísmo do Prates não consegue fundamentar por bases morais o porque da Bíblia ser imoral. Só esta introdução já refuta todo o discurso anti-cristão do Prates, porque se ele não consegue fundamentar moralmente que o cristianismo é imoral, então não tem porque ele condenar o cristianismo por supostamente ser machista. E outra coisa: Prates é defensor do aborto. Quem é Prates para falar do cristianismo? Um sujeito que defende o assassinato de um ser humano inocente não tem moral alguma para falar contra o cristianismo.
Quanto essa ideia de modernizar a igreja católica, isso nunca ocorrerá. O mundo pode ser secularizado, mas a igreja católica nunca será. Como diz o site apologetica.net.br:
"A Igreja tem um Credo e é fiel a ele, e quem (no exercício da primordial liberdade, que deve sempre ser respeitada) não concordar com esse Credo, simplesmente não pertence à Igreja. Tem todo direito de pensar o que quiser, mas não pode pretender que seu livre pensamento seja católico."
Quanto a pergunta de Prates sobre a ordenação das mulheres, o vativan.va responde:
"A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé reputa ser seu dever recordar que a Igreja, por um motivo de fidelidade ao exemplo do seu Senhor, não se considera autorizada a admitir as mulheres à Ordenação sacerdotal."
"A função pastoral na mesma Igreja, anda normalmente ligada ao sacramento da Ordem: esta função não é um simples acto de governar, comparável à maneira de exercitar a autoridade que se verifica nos Estados. É algo que não é outorgado apenas por uma escolha espontânea dos homens: ainda mesmo quando o conferir tal função comporta uma designação por via de eleição, é a imposição das mãos e a oração dos sucessores dos Apóstolos que garantem a escolha da parte de Deus; é o Espírito Santo, dado pela Ordenação, que faz com que alguém participe do poder de reger do Supremo Pastor, Cristo (cfr. Act. 20, 28). A função pastoral é serviço e amor: « se tu me amas, apascenta as minhas ovelhas » (cfr. Jo. 21, 15-17)."
"Por esta razão, não se vê como seja possível o propôr o acesso das mulheres ao sacerdócio, em virtude da igualdade dos direitos da pessoa humana, igualdade que conserva todo o seu valor também para os cristãos." "Além disso e sobretudo, seria desconhecer completamente a natureza do sacerdócio ministerial o considerá-lo como um direito: o Baptismo não confere título algum pessoal para o ministério público na Igreja. O sacerdócio não é conferido para honra ou para simples vantagem daquele que o recebe; mas sim, para ser um serviço a Deus e à Igreja; ele constitui o objecto de uma vocação específica, totalmente gratuita: « Não fostes vós que me escolhestes a mim; fui eu que vos escolhi a vós e vos constituí… » (Jo. 15, 16; cfr. Hebr. 5, 4)."
"O sacerdócio não faz parte dos direitos da pessoa; é sim algo que depende da economia do mistério de Cristo e da Igreja. O múnus sacerdotal não pode tornar-se a meta de uma promoção social; nenhum progresso puramente humano da sociedade ou da pessoa poderá, por si mesmo, dar o direito de acesso ao sacerdócio: este é qualquer coisa de uma ordem diversa."
"Resta-nos, por conseguinte, reflectir melhor sobre a verdadeira natureza desta igualdade dos baptizados, que é uma das grandes afirmações do Cristianismo; igualdade, porém, que não é identidade; neste sentido: a Igreja é um corpo diferenciado, onde cada um tem a sua função; as funções são distintas e não devem ser confundidas, como não dão azo à superioridade de uns sobre os outros, nem constituem pretexto para haver emulações; o único carisma superior, que pode e deve ser desejado, é a caridade (cfr. 1 Cor. 12-13). Os maiores no Reino dos Céus não são os ministros, mas sim os santos."
O padre Paulo Ricardo também aborda sobre essa questão: "se o papa está dizendo que isso faz parte do depósito de fé da igreja, resposta: afirmativo. É definitivo porque está no depósito da fé, é definitivo porque foi divinamente revelado assim, é definitivo porque nenhum homem tem o poder de mudar, nenhuma autoridade humana tem o poder de mudar, porque isso foi desejado pelo próprio Cristo-Deus!"
Diante de tais explicações, entendemos que o ordenamento sacerdotal somente para homens não é algo que pode ser alterado pelo papa e nem por nenhuma outra autoridade humana, porque isso é depósito de fé, é algo que o próprio Cristo ordenou, e se foi isso que Cristo ordenou, ninguém tem o poder de alterar. Ou seja, o senhor Prates ao desejar que o papa coloque o ordenamento sacerdotal para as mulheres, desconhece que há um depósito de fé por trás do ordenamento sacerdotal, o que evidencia o seu completo desconhecimento sobre as ordenanças de Cristo, se você quer criticar algo, primeiro você deve estudar essa coisa por completo antes de fazer a sua crítica, mas parece que não é isso que o Prates fez.
E quanto a igualdade entre o homem e a mulher? Paulo Ricardo também responde: "a igreja está ensinando que para uma sadia compreensão da fé católica, existem duas realidades que nós, católicos, devemos crer: uma verdade de natureza da antropologia teológica. E qual é essa verdade? A mulher e o homem possuem igual dignidade enquanto pessoa. Por outro lado, nós precisamos crer também que há uma realidade eclesiológica, que a ordenação sacerdotal é reservado aos homens, e não é concedida as mulheres. Parecem duas coisas que estão em contradição, mas não estão em contradição."
Será que pelo fato das mulheres não serem ordenadas isso implica em misoginia? Na carta apostólica "Ordinatio sacerdotalis", o papa João Paulo II aborda justamente sobre essa questão:
"De resto, o facto de Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, não ter recebido a missão própria dos Apóstolos nem o sacerdócio ministerial, mostra claramente que a não admissão das mulheres à ordenação sacerdotal não pode significar uma sua menor dignidade nem uma discriminação a seu respeito, mas a observância fiel de uma disposição que se deve atribuir à sabedoria do Senhor do universo. A presença e o papel da mulher na vida e na missão da Igreja, mesmo não estando ligados ao sacerdócio ministerial, permanecem, no entanto, absolutamente necessários e insubstituíveis. Como foi sublinhado pela mesma Declaração Inter insigniores, "a Santa Madre Igreja auspicia que as mulheres cristãs tomem plena consciência da grandeza da sua missão: o seu papel será de capital importância nos dias de hoje, tanto para o renovamento e humanização da sociedade, quanto para a redescoberta, entre os fiéis, da verdadeira face da Igreja". Os Livros do Novo Testamento e toda a história da Igreja mostram amplamente a presença na Igreja de mulheres, verdadeiras discípulas e testemunhas de Cristo na família e na profissão civil, para além da total consagração ao serviço de Deus e do Evangelho."
O papa continua: "a Igreja defendendo a dignidade da mulher e a sua vocação, expressou honra e gratidão por aquelas que - fiéis ao Evangelho - em todo o tempo participaram na missão apostólica de todo o Povo de Deus. Trata-se de santas mártires, de virgens, de mães de família, que corajosamente deram testemunho da sua fé e, educando os próprios filhos no espírito do Evangelho, transmitiram a mesma fé e a tradição da Igreja. Por outro lado, é à santidade dos fiéis que está totalmente ordenada a estrutura hierárquica da Igreja. Por isso, lembra a Declaração Inter insigniores, "o único carisma superior, a que se pode e deve aspirar, é a caridade (cfr 1 Cor 12-13). Os maiores no Reino dos céus não são os ministros, mas os santos."
Resumindo: além de Prates não saber absolutamente nada sobre o ordenamento sacerdotal, também não se segue que pelo fato de não haver ordenamento sacerdotal para mulheres que isso seria misoginia. Pelo contrário, para a igreja católica, as mulheres possuem uma importância gigantesca e todas elas merecem o devido respeito.
Quanto ao uso do preservativo, devemos lembrar que as promessas dos defensores da contracepção eram:
1- Casamentos mais felizes e menos divórcios, porque os casais seriam capazes de ter tantas relações quanto quisessem sem o “medo” da gravidez.
2- Menor número de abortos porque haveria bem menos casos de gravidez “indesejada”.
3- Maior dignidade para as mulheres porque elas não estariam mais “presas” a seus sistemas reprodutivos.
4-Uma promessa mais recente: redução das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e da AIDS.
As preocupações e previsões do Papa Paulo VI, no n. 17 da Humanae Vitae, eram as seguintes:
"Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à degradação da moralidade.Não é preciso ter muita experiência para conhecer a fraqueza humana e para compreender que os homens — os jovens especialmente, tão vulneráveis neste ponto — precisam de estímulo para serem fiéis à lei moral e não se lhes deve proporcionar qualquer meio fácil para eles eludirem a sua observância.É ainda de recear que o homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncepcionais, acabe por perder o respeito pela mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada.Pense-se ainda seriamente na arma perigosa que se viria a pôr nas mãos de autoridades públicas, pouco preocupadas com exigências morais. Quem poderia reprovar a um governo o fato de ele aplicar à solução dos problemas da coletividade aquilo que viesse a ser reconhecido como lícito aos cônjuges para a solução de um problema familiar? Quem impediria os governantes de favorecerem e até mesmo de imporem às suas populações, se o julgassem necessário, o método de contracepção que eles reputassem mais eficaz."
Quem estava, pois, com a razão? O mundo ou a Igreja? Vamos considerar alguns dados:
Em primeiro lugar, a taxa de divórcios não diminuiu; disparou. Nos Estados Unidos, a taxa de divórcios subiu na década de 1970 e depois até quase 50% dos casamentos estavam em crise. Nos últimos anos, o número de divórcios caiu ligeiramente, mas isso só deve ao fato de que cada vez menos pessoas querem se casar, preferindo, ao invés, coabitar ou relacionar-se em uma espécie de monogamia em série, pulando de um relacionamento para outro. A taxa geral de divórcio atualmente paira na faixa de 40%.
Os defensores da contracepção hoje reclamam que o divórcio é um assunto complicado, o que certamente é verdade, mas eles não podem ficar dos dois lados: primeiro dizem que a contracepção será uma solução “simples” para tornar os casamentos mais felizes e, depois, quando percebem tão drasticamente que estão errados, reclamam que o divórcio é complicado. O Papa Paulo VI, por outro lado, previu a maré difícil para o casamento com o advento da contracepção; parece que ele estava certo.
“A “mentalidade contraceptiva” contribuiu para muitos dos problemas que estamos enfrentando hoje.”
Em segundo lugar, a taxa de abortos não diminuiu; disparou também. Em poucos anos, a pressão para tornar o aborto mais acessível levou à sua legalização em 1973, nos Estados Unidos. Já está provado que os contraceptivos, longe de diminuírem a taxa de abortos, na verdade, só a fizeram aumentar. Como os contraceptivos costumam falhar, o aborto tem se tornado o último recurso para os casais que não querem ter filhos.
Além disso, como previu o Papa, a imoralidade sexual foi amplamente disseminada; e também isso tem levado a altas taxas de aborto. É difícil comparar os índices de promiscuidade entre as épocas porque as pessoas não costumam contar a verdade quando perguntadas sobre essas coisas. Mas alguém precisa ser muito míope para não perceber o aumento vertiginoso da promiscuidade aberta, da coabitação, da pornografia e de outras imoralidades. Todos esses maus comportamentos, que se tornaram mais comuns pelos contraceptivos, também alimentaram as taxas de aborto. Mais um ponto em que a previsão do Papa e da Igreja se mostrou certa.
Consideremos, em terceiro lugar, a dignidade da mulher. Trata-se de algo difícil de estimar, porque cada pessoa tem seus próprios critérios para medi-la. As mulheres têm, de fato, grandes oportunidades profissionais hoje, mas será essa realmente a fonte da dignidade de uma pessoa?
A dignidade de alguém certamente envolve mais que suas capacidades econômicas. Infelizmente, a maternidade foi para o banco de trás na cultura popular e, como o Papa previu, as mulheres foram hipersexualizadas também. Sua dignidade como mães e esposas foi posta de lado e substituída pelo prazer sexual que elas oferecem aos homens.
Muitos homens modernos, não mais obrigados ao casamento para terem satisfação sexual, usam e abusam das mulheres. Eles simplesmente “pegam o que querem” e muitas delas parecem dispostas a lhes fornecer isso livremente. Neste cenário, os homens “vencem”. As mulheres ainda são frequentemente infectadas por DSTs e abandonadas com seus filhos, os quais têm de assistir e educar sozinhas. E, quanto mais ficam velhas e “menos atraentes” para os homens, mais sozinhas ficam. Eu não estou muito certo de que isso seja dignidade.
Teriam as mulheres realmente se beneficiado com essa nova moralidade que a contracepção ajudou a inaugurar? Aparentemente, o Papa estava certo mais uma vez.
Em quarto lugar, o que dizer da contracepção como fator que previne e reduz as DSTs ou a AIDS? Novamente, uma grande decepção. As DSTs não foram prevenidas nem diminuíram. A taxa de infecções disparou entre os anos 1970 e 1980. A AIDS, que surgiu neste mesmo período, continua a apresentar taxas terrivelmente altas. Onde está a libertação prometida?
Os contraceptivos previnem muito pouco. O que eles fazem, na verdade, é encorajar a propagação dessas doenças, pois promovem o mau comportamento que as causa. Aqui, também, a Igreja estava certa e o mundo, errado.
É preciso ser muito míope para não perceber, em nossa época, o aumento vertiginoso da promiscuidade aberta, da coabitação, da pornografia e de outras imoralidades.
O tempo cuidou de mostrar, portanto, onde estava a sabedoria. O que aprendemos ao longo destas décadas de contracepção? Primeiro, que é um grande erro acreditar em suas promessas; os contraceptivos só tornaram as coisas piores do que já estavam. Maus comportamentos têm sido estimulados e todas as consequências ruins decorrentes disso estão vindo à tona.
Por outro lado, a maioria das pessoas parece desinteressada nesses dados. Os corações se tornaram entorpecidos e as inteligências se encontram adormecidas.
Quando o senhor Prates pede para que a igreja legalize a camisinha, ele, sem perceber, fere a dignidade da própria mulher que ele estava disposto a defender, porque, como já dissemos antes, a legalização da camisinha fere o papel de esposa e de mãe da mulher. Com a legalização da camisinha, a mulher passou a ser muito mais hipersexualizada do que antes. É isso que o senhor Prates defende? A hipersexualização da mulher? E a coisa fica ainda pior, porque já mostramos que além de colocar o papel da mulher de mãe e de esposa para escanteio, a camisinha acarretou em mais problemas: a taxa de divórcio aumentou, o número de fetos inocentes mortos em abortos disparou, a imoralidade sexual foi amplamente disseminada e o número de infectados por AIDS só aumentou também. Onde está a dignidade não somente com a mulher mas com o ser humano que o senhor Prates tanto prega? Será que ele chegou a fazer uma auto-avaliação do que ele acredita ser certo? Ou será que ele lançou estes argumentos ao vento com o intuito de tentar denegrir a imagem da igreja católica e da Bíblia sem ao menos pesquisar ou refletir sobre a consequência que eles apresentam? Penso que a segunda opção seja mais plausível. Concluindo: Prates, nos seus ataques a igreja católica, não percebe que aquilo que ele usa para tentar dar uma dignidade para a mulher e para a pessoa humana na verdade se volta contra ele: não há dignidade alguma em relação a pessoa humana nos argumentos do Prates! O que demonstra que o papel da igreja católica em ser contra o uso de preservativos está totalmente correto (diante dos fatos apresentados). E outra coisa, vale lembrar que estes problemas apresentados não são unicamente acarretados por causa do uso do preservativo, é muito mais que isso: todos os métodos contraceptivos (incluindo aqueles que foram citados por Prates em seus comentários: pilula anticoncepcional e a camisinha) acarretam nestes problemas! Ou seja, todo o argumento do Prates vai para o ralo!
Quanto aos homossexuais, vamos lá: em que sentido a igreja deve aceitar a liberdade sexual dos homossexuais? Porque se for no sentido de que essas pessoas quiseram ter este estilo de vida, não há discriminação alguma por parte da igreja, pelo contrário: o catecismo diz que o homossexual possui um impulso desordenado pelas paixões sexuais dele, contudo, a igreja prega a penitência, prega a conversão e prega a compaixão por essas pessoas. Nós não devemos negar a verdade, o homossexualismo é um ato pecaminoso, um ato desordenado da prática sexual, porque ele é o desvio da finalidade do sexo que é um objeto entre um homem e uma mulher. Ou seja, por parte da igreja não há nenhuma discriminação. Então, o que o Prates quer dizer por "aceitar"? Se for no sentido da liberdade de gênero, também não há discriminação. Veja bem, como que a igreja vai aceitar algo que não existe? Não existe liberdade de gênero, o que existe são apenas dois sexos: masculino e feminino, homem e mulher. Não há um terceiro sexo, não há um terceiro sexo que se possa chamar de "homossexual". Isso é biologicamente impossível. Um homem pode se vestir de mulher, alterar o tom da voz, fazer cirurgias que não irá adiantar nada: biologicamente ele continuará sendo um homem! E porque ele continuará sendo um homem? Ora, muito simples, em gênesis 1:27 diz: "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." Ora, Deus fez apenas dois sexos: masculino e feminino, não adianta a propaganda LGBT querer criar algo que vai de encontro com a própria ciência. E ponto final. Mas nós temos outro aspecto para se discutir: o cristianismo e as outras religiões em relação a essa questão da homossexualidade. Quando vemos em outras religiões como o islamismo, nós vemos todo tipo de atrocidade feita aos homossexuais, nós vemos o ódio aos gays sendo pregado. E quanto ao cristianismo? Nós temos a compaixão, o amor e a conversão sendo pregados em relação aos homossexuais, não há nenhuma discriminação aos gays por parte da igreja católica. 0 argumento do Prates é fraco, seja em qualquer dos dois sentidos em que ele quis dizer.
Vamos para a questão do divórcio: o Papa João Paulo II ao falar as famílias (Discurso à Rota Romana – 28 de Janeiro de 2002) alertou sobre a “mentalidade divorcista”, que debilita e angustia os conjuges fazendo-os se render sem lutar, por puro desconhecimento do plano e das ajudas divina que os possibilitaria a ultrapassar mesmo as dificuldades mais sérias. Eis aqui a força do sacramento, que ao ser ignorado ou mesmo desconhecido, faz com que ao invés de se clamar a Deus pela graça, muitos que ainda se amam, se desesperam e deixam de lutar, levando o caos às famílias que muitas vezes se desintegram, passando por sofrimentos sem fim, tanto os cônjuges quanto os filhos.
O Papa ainda ressalta outros aspectos importantes que levam neste mundo secularizado, nesta mentalidade divorcista, a abundância de separacões:
”Nesta cultura, são citados de forma particular os limites econômicos, favorecidos pelo desmembramento das famílias, assim como uma falsa concepção da liberdade, o medo do compromisso, a prática da convivência, a “banalização do sexo”, etc. Estilos de vida, modas, espectáculos e novelas televisivas que põem em discussão o valor do matrimônio e chegam mesmo a propagar a ideia de que o dom recíproco dos esposos até à morte é algo impossível, tornam frágil a instituição familiar e chegam a desqualificá-la em vantagem de outros “modelos” de pseudofamílias.”
Além disso, assistimos à invasão, por parte de um individualismo radical: vida econômica, concorrência cruel, competição em todos os campos. Sem dúvida, este individualismo não favorece o dom pessoal generoso, fiel e permanente. E não favorece nem sequer a solução das crises matrimoniais. Esta ideologia social de pseudoliberdade leva o indivíduo a agir sobretudo segundo os seus próprios prazeres, os seus interesses e a sua utilidade. O compromisso assumido em relação ao cônjuge adquire uma conotação de simples contrato que pode ser revisto de modo indefinido; a palavra dada só tem um valor limitado no tempo; não se responde pelos atos pessoais, senão diante de si mesmo. (Que seja imortal enquanto dure?)
Diante de tal situação a Igreja sente grande compaixão pelas pessoas que passam por todas estas dificuldades, mas ela sustenta, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo, que o divórcio não faz parte do plano de Deus e que não “reconhece como válida uma nova união se o primeiro casamento for válido. Se os divorciados se casam pela lei civil, ficam numa situação objetivamente contrária a lei de Deus. Por isso, não podem aproximar-se da comunhão eucarística enquanto persistir tal situação. Pelo mesmo motivo, ficam impedidos de exercer certas responsabilidaes eclesiais. A reconciliação, por meio do sacramento da penitência, não pode ser dada senão àqueles que se arrependem de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometeram a viver a continência completa.”(Catecismo da Igreja Católica n. 1650), aqui não se trata de nenhuma discriminação, mas apenas de fidelidade absoluta à vontade de Cristo que restabeleceu e confiou a Igreja a indissolubilidade do matrimônio como dom do Criador.
Muitos sofrem deste mal, veem seus casamentos desintegrados, mesmo tendo jurado diante do altar seu amor e sua fidelidade ao cônjuge, e que por motivos contrários à sua vontade foram abandonados, a Igreja os acolhe plenamente dando a eles o conhecimento da mensagem do matrimônio cristão, ajudando-os com a comunidade a suportarem castamente na fé o sofrimento da sua situação, sofrendo e amando as pessoas interessadas, para que posssam reconhecer no seu fardo o jugo suave e o fardo leve de Jesus. O seu fardo não é suave e leve enquanto pequeno ou insignificante, mas torna-se leve porque o Senhor – e juntamente com Ele toda a Igreja – o compartilha, sempre na verdade e no amor.
“Juntamente com o Sínodo, exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis a ajudar os divorciados, procurando, com caridade solícita, que eles não se considerem separados da Igreja, podendo, ou melhor devendo, enquanto batizados, participar de sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança.” (Exortação Apostólica do Papa João Paulo II – A Missão da família cristã no mundo de hoje – Familiaris consortio)
O sociólogo Rodney Stark, por exemplo, constatou que um dos fatores que tornaram o cristianismo atrativo e contribuíram para a sua difusão no Império Romano foi justamente o bom trato que recebiam as mulheres nas famílias católicas.
Era portanto natural que as mulheres fossem as primeiras interessadas em evangelizar os maridos. Na família pagã, o paterfamilias tinha poder de vida e morte sobre mulher, filhos e escravos; os maus-tratos eram frequentes e o divórcio, sobretudo nas épocas de decadência, uma constante. Na família cristã, pelo contrário, o homem não se julgava “proprietário” da mulher; apesar das fraquezas humanas, a regra era a fidelidade, o carinho, o amor e o respeito mútuos.
A lenta e gradual cristianização da família desencadeou um processo orgânico e quase espontâneo — na verdade, promovido e guiado pelo Espírito Santo — de cristianização de toda a sociedade romana. Para usar a linguagem em voga, embora seja pouco adequada, poderíamos dizer que a Igreja foi criando aos poucos uma “massa crítica” de pessoas conscientes da natureza, do valor e dos deveres da família humana, sobrenaturalizada agora pela graça sacramental, e por consequência das relações sociais entre as famílias.
Afinal, a primeira experiência de família cristã, que depois se reproduziria nos lares, era a da vida comunitária: os fiéis, leigos e presbíteros, sabiam e sentiam-se filhos espirituais de seu bispo, de quem recebiam o pasto da doutrina e dos sacramentos. Os lares tornaram-se cristãos porque foi a Igreja, família divino-humana, a que primeiro mostrou o que significa ser família — fidelidade e sujeição por amor a Jesus Cristo. Eis por que, com o passar dos séculos, o divórcio tornou-se inconcebível; se o matrimônio é como certa imagem da união entre Cristo e a Igreja, admitir o divórcio é admitir que Cristo pode separar-se da Igreja, ou a Igreja de Cristo.
A situação só mudou de figura com uma desgraça chamada renascimento. Mas renascimento de quê? Do paganismo. Por uma série de circunstâncias que não convém explicar aqui, foi-se difundido pela Europa um interesse crescente pelo mundo antigo, pela sociedade e a cultura pagãs; numa palavra, pelos gregos e romanos antes da vinda de Cristo.
Esse interesse, porém, não ficou confinado na esfera teórica de humanistas e eruditos, mas expandiu-se — como, de resto, não poderia deixar de acontecer — também aos costumes, até finalmente substituir, como uma “nova” cultura, o ethos cristão construído pela Igreja ao longo de catorze séculos.
Resultado? O adultério virou moda; o divórcio, apesar das naturais resistências, foi-se normalizando a conta-gotas; e até o homossexualismo passou a tolerar-se, ao menos entre os magnates. A sociedade, antes cristã, precipitou-se de abismo em abismo, até chegar ao ponto em que a vemos hoje, pouco ou nada distinta de uma Roma moralmente decadente.
No fundo, foi a repaganização da sociedade, e não sua cristianização e subordinação ao poder espiritual da Igreja, a responsável pelo machismo que muitos querem pôr na conta dos católicos. O que a Igreja conseguira, com esforço continuado, arrancar dos lares — o desprezo à mulher e às crianças, os direitos plenipotenciários do paterfamilias, a imoralidade sexual etc. — voltou a entrar pela janela em pouco tempo graças ao renascimento do espírito pagão.
E novamente, quando o Prates defende a modernização da igreja, ele vai de encontro com justamente aquilo que ele se preza a defender: a dignidade da pessoa humana.
Vamos para os textos que o Prates listou:
Antes de entrarmos diretamente na questão dos textos precisamos apontar um erro crasso do Prates: alguns dos versículos que ele citou não são do livro de "Eclesiastes", e sim do livro do "Eclesiástico". Ou seja, são livros diferentes! Isto evidencia novamente o despreparo do Prates nas suas tentativas de atacar a fé cristã.
Eclesiastes 7:26
Resposta: quanto ao texto do Eclesiástico 7:26, Claude Mariotti, professor emérito do Antigo Testamento, comenta:
"A palavra ´iššâh (mulher) aparece três vezes no livro do Eclesiastes: 7:26, 7:28 e 9:9. Em 7:26 Qoheleth (Eclesiastes) fala sobre “a mulher que é uma armadilha”. Em 9:9 Qoheleth fala positivamente sobre as mulheres quando fala sobre a alegria do amor conjugal e os prazeres e a satisfação da vida quando se vive com uma mulher que se ama: “Desfrute da felicidade com uma mulher que você ama”. Embora a palavra ´iššâh seja traduzida como “mulher” pelo TNK, Qoheleth está falando sobre a felicidade da vida conjugal, como a NRSV traduz corretamente: “Aproveite a vida com a esposa que você ama”. De acordo com muitos estudiosos, a visão pouco lisonjeira de Qoheleth sobre as mulheres é refletida em sua declaração em 7:26, mas mesmo aqui os estudiosos entendem mal o que Qoheleth estava tentando comunicar a seus leitores. Tomemos, por exemplo, a tradução da The Jewish Publication Society (TNK): “Agora, acho a mulher mais amarga que a morte” (Eclesiastes 7:26 TNK). Acho essa tradução muito enganosa. Como está escrito, esta tradução parece implicar que todas as mulheres são mais amargas que a morte. Mesmo a explicação que o TNK dá, “ela é toda armadilha, suas mãos são grilhões e seu coração é uma armadilha”, não pode esconder o fato de que esta tradução, tal como está, é misógina em sua mensagem: “uma mulher é mais amarga do que morte." Esta interpretação do TNK contradiz o conselho de Qoheleth em 9:9, “Aproveite a vida com a esposa que você ama” (Eclesiastes 9:9). As palavras de Qoheleth indicam que as mulheres desempenham um papel importante na vida dos homens porque as mulheres são uma fonte de apoio e companheirismo. Ela é a companheira que Deus deu ao homem. Esta é a razão pela qual Qoheleth exorta seus leitores do sexo masculino a escapar das armadilhas da mulher mencionada em 7:26, porque ela não fornece o amor e o apoio emocional que o homem precisa na vida. A NRSV tem uma tradução melhor do texto hebraico: “Achei mais amarga do que a morte a mulher que é uma armadilha, cujo coração é laço e rede” (Eclesiastes 7:26 NRSV). Qoheleth não está dizendo que uma mulher é mais amarga que a morte. Em vez disso, ele está dizendo que mais amarga do que a morte é a mulher que é uma armadilha, uma mulher cujo coração são laços e redes. A mulher que é uma armadilha pode ser uma referência à “mulher estranha” de Provérbios 5:3-5 ou pode se referir à prostituta de Provérbios 23:27-28. Isso parece indicar que a mulher em 7:26 se refere apenas a algumas mulheres e não a todas as mulheres. Seja qual for a interpretação de Eclesiastes 7:26, Qoheleth não está se referindo a todas as mulheres, como o TNK sugere, mas a um tipo específico de mulher. Como Barton (1909: 147) escreveu: “Qoheleth está investindo contra mulheres más na veia do Pr. 5:4. . . . Ele não quer dizer que todas as mulheres são destrutivas, pois em 9:10 [inglês 9:9] ele encoraja o casamento honroso como fonte de felicidade”."
Num outro post, ele segue sua explicação:
"Em sua busca para descobrir toda a experiência humana, Qoheleth disse: “Voltei minha mente para conhecer e pesquisar e buscar a sabedoria e a soma das coisas” (Eclesiastes 7:25). A expressão, “a soma das coisas” (hebraico: ḥešbôn ), uma palavra que aparece quatro vezes no livro, implica que Qoheleth partiu para encontrar uma razão ou uma explicação para tudo. No final de sua busca, Qoheleth encontrou várias coisas. A expressão “achei” aparece sete vezes em Eclesiastes 7:25-29. Em Eclesiastes 7:27, Qoheleth disse: “Veja, isso é o que eu encontrei, diz o Mestre, acrescentando uma coisa à outra para encontrar a soma [ ḥešbôn ].” Neste verso, o editor do livro diz que Qoheleth acrescentou uma coisa à outra para descobrir ḥešbôn , a soma de todas as coisas. Mas o editor do livro não é muito claro ao explicar o que Qoheleth encontrou. O “isto” no v. 27 aponta de volta para o v. 26 ou avança para o v. 28? O que Qoheleth não encontrou na declaração encontrada em 28b? Fox e Porten (1978: 31) dizem que o “isto” no versículo 27 refere-se à conclusão a que Qoheleth chegou no versículo 26. Eles escreveram: “Ele [Qoheleth] está dizendo: 'Veja o que minha busca meticulosa me levou a: apenas isso - aquela mulher é uma ameaça!'” Assim, é a visão de que Qoheleth está dizendo que “uma mulher é mais amarga que a morte”, que “a mulher é uma ameaça”, ou que Qoheleth está falando sobre “a fraqueza das mulheres” que leva muitas pessoas a acreditar que Qoheleth foi um misógino. Mas, como Whybray disse, Eclesiastes 7:28 “também é capaz de outras interpretações”. A visão negativa sobre as mulheres no versículo 28 deriva em parte do versículo 26, onde Qoheleth fala sobre a mulher que enlaça. Uma maneira de entender o que Qoheleth está dizendo sobre as mulheres é verificar a que “isto” o versículo 27 se refere. Qoheleth disse: “isso eu encontrei”. Mas o que ele encontrou? O que se segue são algumas interpretações de Eclesiastes 7:28 que procuram demonstrar que Qoheleth não era um misógino. Em seu artigo, “Mulheres e Guerra em Qohelet 7:23-8:1a”, Klaus Baltzer diz que há uma contradição entre a aparente misoginia de Qohelet e sua visão de que a vida é uma dádiva de Deus. Baltzer acredita que a compreensão adequada da visão de Qoheleth sobre as mulheres em Eclesiastes 7:28 está no significado da palavra “mil” ( 'elep ). A palavra hebraica 'elep é um número cardinal que significa "mil", mas em alguns lugares, 'elep também é uma palavra técnica usada em um contexto militar para designar uma unidade do exército de Israel, uma brigada. Samuel disse ao povo de Israel que o novo rei “se designará comandantes de mil e comandantes de cinquenta” (1 Samuel 8:12). Os “milhares de Israel” é uma referência ao exército de Israel. Baltzer (1987: 131) escreveu:
“Assim, Qoh 7:28 pode ser traduzido como “um homem só” ou “homens sozinhos” ( ´ādām ´eḥād )) “encontrei entre as brigadas ('milhares'), mas não encontrei uma mulher entre todas. ” Ou seja, não há mulheres no exército; é um assunto masculino. São os homens, não as mulheres, os responsáveis pela guerra.”
A visão de Baltzer foi rejeitada pela maioria dos estudiosos. Embora a palavra 'elep seja usada para designar uma unidade militar no exército de Israel, acredito que o argumento de Baltzer não é muito forte. Seow (1997: 274) acredita que a referência a uma mulher em 7:28b é um glossário marginal porque não se encaixa com o argumento de Qoheleth na passagem. Ele escreveu:
“Exegeticamente, no entanto, a observação em 28b é agudamente problemática porque parece intrusiva nesta passagem. Em primeiro lugar, a passagem não é sobre as mulheres em geral. Nem é sobre certos tipos de mulheres, nem sobre uma mulher em particular. . . . . Concluímos, portanto, que o v. 28b era uma glosa marginal que havia sido inadvertidamente incorporada ao corpo do texto.”
A visão de que a declaração em 7:28b é uma glosa marginal absolveria Qoheleth de misoginia. No entanto, não há evidência manuscrita para indicar que a declaração em 7:28b foi inserida por um escriba ou pelo editor do livro. Alguns estudiosos propuseram que a palavra “mil” em 7:28 é uma referência às mil esposas e concubinas no harém de Salomão. Crenshaw (1987: 148) diz que a alusão a Salomão é possível. Ele escreveu: “Mas a alusão ao harém de Salomão talvez seja apropriada aqui, uma sugestão irônica de que a adição de um para um pelo rei até chegar a mil não o apresentou a uma boa esposa (Pv 31:10).” Embora Qoheleth escreva sob o nome de Salomão, a visão de que Eclesiastes 7:28 é uma referência às mil esposas de Salomão não é uma boa interpretação. Tal interpretação não é suportada pelo texto. A palavra hebraica traduzida como “mulher” em 7:28 é ´iššâh , uma palavra que também é traduzida como “esposa”. Carol Fontaine (1998: 162), em seu comentário sobre Eclesiastes, disse que a expressão “encontrar uma mulher” em hebraico significa “tomar uma esposa”. O escritor de Provérbios escreveu: “Quem pode encontrar uma esposa capaz?” (Provérbios 31:10). Assim, de acordo com Fontaine, é possível que Qoheleth estivesse aludindo à sua incapacidade de encontrar uma esposa adequada para si. Alguns estudiosos sugerem que Qoheleth está citando um ditado popular que no final ele descobriu que o ditado não era verdade. Schoors (2013: 585) acredita que em sua busca pela sabedoria, Qoheleth encontrou várias visões falsas sobre as pessoas. Uma dessas visões é encontrada em um ditado popular que Qoheleth citou no versículo 28. Qoheleth descobriu que o ditado popular não era verdade. Schoors traduz o versículo 28 usando algumas declarações entre parênteses para esclarecer o significado do texto hebraico: encontrei, mas uma mulher entre estas não encontrei”. Schoors então explica as palavras de Qoheleth: “Isso significaria que Qoheleth investigou outra declaração antifeminista, na verdade um ditado muito pessimista sobre a humanidade: apenas uma entre mil é uma boa pessoa, e essa nem é uma mulher. Em sua investigação, ele não encontrou confirmação dessa afirmação.” Lohfink também acredita que Qoheleth estava citando um provérbio popular que refletia uma visão predominante sobre as mulheres entre seus contemporâneos. Lohfink conclui que em sua busca pela verdade, Qoheleth descobriu que o provérbio não era verdadeiro. Lohfink traduz o versículo 28 da seguinte forma: “Procurei, mas não encontrei (verdade): que as mulheres são piores que os homens” (citado por Crenshaw 1987: 147). Murphy (1992: 75-77) acredita que ao longo do capítulo 7, Qoheleth dialogou com a sabedoria popular e sua crença sobre os seres humanos. Murphy acredita que 7:28 era um ditado proverbial. Ele pergunta: “A intenção do v. 28 é depreciar as mulheres?” Murphy conclui que Qoheleth rejeita esse ditado popular porque era humilhante para as mulheres."
A conclusão de Claude:
"A atitude de Qoheleth em relação às mulheres tem sido um item de debate entre os estudiosos. Como mencionado acima, os estudiosos têm visões diferentes do versículo 28 e, no processo, oferecem conclusões contraditórias. Ao dizer que Qoheleth não encontrou uma mulher, alguns estudiosos acreditam que ele está denegrindo todas as mulheres. A verdade é que Qoheleth julga os homens quase tão negativamente quanto julga as mulheres. Em sua busca por sabedoria, o que Qoheleth descobriu não fala bem de homens ou mulheres. Entre mil pessoas, apenas um homem tinha o que Qoheleth procurava. Novecentos e noventa e nove homens e mulheres não tinham o que Qoheleth estava procurando. Então, Qoheleth era um misógino? Acho que muitas pessoas não entendem o que Qoheleth estava dizendo.
Qoheleth nunca disse que “a mulher [é] mais amarga que a morte”.
Qoheleth nunca disse “essa mulher é uma ameaça”.
Qoheleth nunca falou sobre “a fraqueza das mulheres”.
É a NIV que diz que Qoheleth não encontrou uma mulher justa; não era Qoheleth.
É o NEB que diz que Qoheleth não encontrou uma mulher digna desse nome; não era Qoheleth.
Foi o NJB que diz que Qoheleth nunca encontrou uma mulher melhor do que outras mulheres; não era Qoheleth.
Foi a REB que diz que Qoheleth não encontrou uma mulher digna de ser chamada de reta, não foi Qoheleth.
Uma leitura atenta de 7:27-28 não revela o que Qoheleth encontrou ou não encontrou. O que Qoheleth descobriu em sua busca foi que a razão pela qual ele não conseguia encontrar o homem ideal nem a mulher ideal era porque os seres humanos, tanto homens quanto mulheres, perverteram o ideal de Deus para a humanidade ao elaborar seus próprios esquemas: “Veja, só isso eu encontrei, que Deus fez os seres humanos retos, mas eles planejaram muitos esquemas” (Eclesiastes 7:29). Em sua busca por sabedoria, o objetivo de Qoheleth era encontrar ḥešbôn , “a soma de todas as coisas” (7:25) e a razão pela qual ele não encontrou ḥešbôn foi porque os seres humanos haviam inventado muitos ḥešbônot , “muitos esquemas”. Qoheleth disse que Deus “fez tudo belo em seu tempo” (Eclesiastes 3:11), mas os seres humanos, homens e mulheres, em sua pecaminosidade, destruíram o ideal de Deus criando seus próprios ḥešbônot , “seus próprios esquemas”. Murphy (1992: 77) conclui que 7:29 é o “julgamento considerado sobre a humanidade” de Qoheleth. A pecaminosidade de todos os seres humanos exonera Qoheleth da acusação de considerar as mulheres mais más do que os homens. Também refuta o misoginismo de Qoheleth porque Qoheleth diz que homens e mulheres pecaram e ficaram aquém do ideal de Deus.
Qoheleth era um misógino? Acredito que as evidências mostram que Qoheleth não era um misógino.
Portanto, já derrubamos o suposto texto misógino do Prates. Vamos para o segundo (Eclesiástico 25:17): o texto está dizendo que a maldade feminina é uma malícia, mas não está dizendo da mulher em si, e sim da maldade da mulher. Parece que há um grande erro aqui de interpretação de texto. Ao meu ver, não há nenhum erro aqui. O versículo se refere a mulher má, e não a todas as mulheres!
Bom, vou aproveitar e matar quatro coelhos (ou os outros quatro supostos textos misóginos citados pelo Prates) com uma cajadada: a maioria dessas passagens negativas criticam as 'más esposas' em contraste com as 'boas esposas' que são elogiadas em outras seções. No entanto, por má tradução e um mal-entendido deste contexto, alguns versos foram estendidos ilegitimamente como se fossem um julgamento geral sobre todas as mulheres! Isso claramente foge ao 'sentido literal' do texto e ao escopo pretendido pelo(s) autor(es). Só pra provar o que eu estou dizendo, vou citar versículos do próprio livro Eclesiástico elogiando as mulheres, vamos lá:
“Feliz o marido de uma esposa muito boa; o número de seus dias será dobrado. Uma esposa perfeita é a alegria de seu marido, ele viverá os anos de sua vida em paz. Uma boa esposa é a melhor das porções, reservada aos que temem ao Senhor; ricos ou pobres, eles serão alegres de coração, alegres de rosto, qualquer que seja a época”. (Capítulo 26, versículos 1-4)
“A graça de uma esposa encantará seu marido, suas realizações o tornarão mais forte. Uma esposa silenciosa é um presente do Senhor, nenhum preço pode ser colocado em um caráter bem treinado. Uma esposa modesta é uma bênção duas vezes, um caráter casto não pode ser pesado em balanças. Como o sol nascendo sobre as montanhas do Senhor é a beleza de uma boa esposa em uma casa bem cuidada. Como a lâmpada que brilha no poste sagrado da lâmpada é um belo rosto em um corpo bem proporcionado. Como pilares de ouro em uma base de prata são pernas bem torneadas em saltos firmes.” (versículos 13-18)
“A mulher santa e honesta é uma graça inestimável; não há peso para pesar o valor de uma alma casta. Assim como o sol que se levanta nas alturas de Deus, assim é a beleza de uma mulher honrada, ornamento de sua casa. Como a lâmpada que brilha no candelabro sagrado, assim é a beleza do rosto na idade madura. Como colunas de ouro sobre alicerces de prata, são as pernas formosas sobre calcanhares firmes. Como fundamentos eternos sobre pedra firme, assim são os preceitos divinos no coração de uma mulher santa.” (Capítulo 26, versículos 19-24)
E mais uma vez o ataque do Prates ao cristianismo é inválido. O elemento do cristianismo que ele tenta usar pra dizer que o cristianismo é misógino simplesmente não se concretiza, e pior: vai contra justamente aquilo que ele quer propor. O livro Eclesiástico não só apóia a mulher de bom coração como enaltece a importância de se tomar cuidado com a maldade da mulher de má índole. Não há nenhum machismo aqui, há um aviso para todos os fiéis católicos tomarem cuidado com esse tipo de mulher, apenas isso.
Vamos agora para os versículos do Novo Testamento:
Colossenses 3:18 - se o Prates tivesse citado um versículo a mais ele teria sido mais honesto, porque ele não fala que no mesmo capítulo a Bíblia diz "amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas." (Colossenses 3:19)? Por que ele não cita Efésios 5:25 dizendo: "vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela"? Se a mulher possui obrigações no casamento, o homem também possui. Este é o primeiro ponto. Segundo ponto, existe também o aspecto histórico: a verdade é que nenhuma religião deu tanta dignidade à mulher como o cristianismo. Enquanto todas as demais a tratavam como um objeto ou uma propriedade do sexo masculino, a Igreja deu-lhe o papel de protagonista na família e na vida em sociedade, chegando a apresentar várias delas como doutoras da Igreja e mestras da vida espiritual – é o caso, por exemplo, de Santa Hildegarda de Bingen, Santa Catarina de Siena e Santa Teresinha do Menino Jesus.
Ora, se é assim, talvez a sentença do Apóstolo deva ser interpretada de forma diferente da que é feita comumente. São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, ensina que "todas as razões a favor da 'submissão' da mulher ao homem no matrimônio devem ser interpretadas no sentido de uma 'submissão recíproca' de ambos 'no temor de Cristo'." De fato, exorta São Paulo, no mesmo trecho das Escrituras: "Sede submissos uns aos outros, no temor de Cristo" (Ef 5, 21). A submissão, portanto, é mútua, não por haver dois ditadores em uma "luta de classes", mas por causa da relação entre Cristo e a Igreja, da qual o Matrimônio cristão é um sacramentum, um sinal (cf. Ef 5, 25. 29. 32).
Terceiro ponto: o marido tem a missão de ser um CHEFE-SERVIDOR, assim como Jesus, que veio para servir, e não para ser servido. Essa postura humilde em nada diminuía Sua autoridade e liderança. Assim, o marido deve tratar bem a sua esposa – que é carne de sua carne – e, se preciso for, se sacrificar e dar a vida por ela e pelos filhos. Obviamente, isso nada tem a ver com o perfil de um “patrão” da mulher.
Segundo Pio XI, a submissão da esposa não a obriga a satisfazer todas as vontades de seu marido, especialmente quando estas contrariam sua razão e sua dignidade; nem tampouco se trata de uma submissão comparável à dos filhos (que são menores de idade e não têm maturidade para tomar certas decisões) em relação aos pais.
Quarto ponto: a submissão da mulher se trata do reconhecimento de que o amor possui uma ordem. No céu, os anjos possuem uma hierarquia; na Terra, Jesus colocou Pedro à frente dos demais Apóstolos; na família, Deus colocou o homem como a cabeça, e a mulher como o coração. Homem e mulher são iguais em dignidade, mas diferentes em sua constituição biológica e psicológica e, portanto, exercem diferentes papéis na família.
Mas, atenção: se é verdade que a mulher deve reconhecer e respeitar a chefia do marido sobre a família, também é verdade que o homem deve exercer essa liderança com amor, respeito e espírito de serviço. Sem a CARIDADE CRISTÃ, o homem não é cabeça da família, é tirano. O marido deve ser para a família aquilo que Cristo é para a Igreja: chefe amoroso e humilde, mas também firme e viril.
Resumindo: se o senhor Prates tivesse pesquisado mais a fundo a questão da submissão da mulher no contexto histórico e na tradição da igreja católica, ele não estaria falando besteiras.
Timóteo 2:9-14: Tom Nash responde sobre esse texto:
"Não se deve interpretar mal São Paulo em 1 Timóteo 2:11-12, os versículos que normalmente suscitam maior preocupação na passagem mais longa de 1 Timóteo 2:8-15. Como líder na Igreja primitiva, Paulo não está emitindo uma proibição categórica das mulheres no ministério de ensino. Ele está especificamente proibindo-os de ensinar e governar o ministério exclusivamente reservado ao clero ordenado (1 Coríntios 14:34-35). Isso significaria, por exemplo, como acontece até hoje, que as mulheres não podem fazer homilias na missa, função de ensino reservada a bispos, padres e diáconos.São Paulo afirma claramente em outros lugares a igual dignidade do homem e da mulher em Cristo (Gl 3:28), bem como que as mulheres podem orar e profetizar de outra forma dentro do culto cristão (1 Co 11:5). Paulo acrescenta que as mulheres prestam um importante serviço ao ensinar a fé em palavras e obras em outros contextos (Tito 2:3-4)."
O vatican.va fecha a questão dizendo:
"Deve-se notar que essas ordenanças, provavelmente inspiradas nos costumes da época, dizem respeito apenas a práticas disciplinares de menor importância, como a obrigação imposta às mulheres de usar véu na cabeça (1 Cor 11,2-16). ); tais requisitos deixam de ter valor normativo. No entanto, a proibição do apóstolo às mulheres de falar nas assembléias (1 Coríntios 14:34-35; 1 Timóteo 2:12) é de natureza diferente, e os exegetas definem seu significado desta maneira: Paulo de forma alguma se opõe ao direito, que ele reconhece em outro lugar como possuído por mulheres, para profetizar na assembléia (1 Co 11:15); a proibição diz respeito unicamente à função oficial de ensinar na assembléia cristã. Para São Paulo esta prescrição está ligada ao desígnio divino da criação (1 Cor 11,7; Gn 2,18-24): seria difícil ver nela a expressão de um fato cultural. Também não se deve esquecer que devemos a São Paulo um dos textos mais vigorosos do Novo Testamento sobre a igualdade fundamental entre homens e mulheres, como filhos de Deus em Cristo (Gl 3,28). Portanto, não há razão para acusá-lo de preconceito contra as mulheres, quando notamos a confiança que ele demonstra para com elas e a colaboração que pede a elas em seu apostolado. seria difícil ver nela a expressão de um fato cultural. Também não se deve esquecer que devemos a São Paulo um dos textos mais vigorosos do Novo Testamento sobre a igualdade fundamental entre homens e mulheres, como filhos de Deus em Cristo (Gl 3,28). Portanto, não há razão para acusá-lo de preconceito contra as mulheres, quando notamos a confiança que ele demonstra para com elas e a colaboração que pede a elas em seu apostolado. seria difícil ver nela a expressão de um fato cultural. Também não se deve esquecer que devemos a São Paulo um dos textos mais vigorosos do Novo Testamento sobre a igualdade fundamental entre homens e mulheres, como filhos de Deus em Cristo (Gl 3,28). Portanto, não há razão para acusá-lo de preconceito contra as mulheres, quando notamos a confiança que ele demonstra para com elas e a colaboração que pede a elas em seu apostolado."
A interpretação do Prates é errônea. Não é pecado ser professora (eu não sei de onde ele tirou isso), e sim é errado ensinar na igreja, mas não numa escola, universidade, etc. O Prates deveria parar de atacar a igreja católica e estudar a fundo o que a tradição da igreja católica diz, ao invés de palpitar sobre assuntos que não domina. A maior prova de que este texto não proíbe a mulher de ser "professora", é que o próprio São Paulo incentivou as mulheres de mais idade a ser “instrutoras do que é bom” para as mulheres mais jovens. Seguindo o exemplo de Eunice e de Lóide, que instruíram Timóteo, as mães cristãs devem instruir os filhos em maneiras piedosas (Tito 2,3-5; 2 Timóteo 1,5). Logo, não há misoginia no texto, e sim algo fundamentado no desígnio divino da criação. Resumindo:
1- São Paulo afirma claramente em outros lugares a igual dignidade do homem e da mulher em Cristo (Gl 3:28).
2- São Paulo afirma que as mulheres podem orar e profetizar de outra forma dentro do culto cristão (1 Co 11:5).
3- São Paulo acrescenta que as mulheres prestam um importante serviço ao ensinar a fé em palavras e obras em outros contextos (Tito 2:3-4).
Há também outros pontos a se destacar a respeito de São Paulo e as mulheres:
4- Alguns dos cumprimentos de São Paulo aos membros da igreja em Roma foram dirigidos especificamente a certas mulheres ‘que trabalhavam arduamente no Senhor’ (Romanos 16,12).
5- Com respeito a Evódia e Síntique, ele (São Paulo) incentivou os irmãos em Filipos a ‘persistir em auxiliar essas mulheres, que se esforçaram lado a lado com ele nas boas novas’ (Filipenses 4,3).
6- Numa carta a Timóteo, São Paulo reconheceu a fé exemplar de Lóide, a avó desse rapaz, e de Eunice, sua mãe (2 Timóteo 1,5).
7- “Não critiques severamente um ancião. Ao contrário, suplica-lhe como a um pai, os homens mais jovens, como a irmãos, as mulheres mais idosas, como a mães, as mulheres mais jovens, como a irmãs, com toda a castidade.” (1 Timóteo 5,1-2) Não é verdade que essas palavras de São Paulo a Timóteo refletem respeito salutar pelas mulheres? São Paulo dava uma medida igual de honra tanto a homens como a mulheres na Igreja cristã. “Não há nem judeu nem grego”, escreveu ele, “não há nem escravo nem homem livre, não há nem macho nem fêmea; pois todos vós sois um só em Cristo Jesus”. — Gálatas 3,28.
"Quer dizer, o pecado, a malícia, tudo o que não presta sobre a terra vem da mulher, eu quero que a igreja revise estes conceitos misóginos e criminosos contra as mulheres."
Resposta: de onde o Prates tirou de que a Bíblia diz que "tudo o que não presta sobre a terra vem da mulher"? Vá estudar a tradição da igreja católica e a Bíblia, Prates! O cristianismo não ensina que tudo o que é ruim vem unicamente da mulher, e sim que veio do homem e da mulher no Éden. Lembre-se que a mulher sabia que não deveria comer do fruto (Gênesis 3:2-3), assim como Adão também sabia que não deveria comer, ele também foi avisado (Gênesis 2:16-17). Não há nenhum conceito misógino no texto bíblico, o que há são argumentos chulos e imundos de quem não quer mostrar a verdade, mas unicamente atacar a Bíblia e a igreja católica.
"São as mulheres que viabilizam todas as igrejas, são elas que limpam o pó do altar, estendem o tapete para o padre, cortam bandeirinhas para a festa da igreja, mas o pecado é a mulher."
Resposta: novamente, irei repetir: a Bíblia não diz que o pecado é a mulher! Quanto ao papel da mulher, a própria Bíblia reconhece isso! Vejamos o que diz Provérbios 31:24-27:
"Ela faz vestes de linho e as vende, e fornece cintos aos comerciantes. Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro. Fala com sabedoria e ensina com amor. Cuida dos negócios de sua casa e não dá lugar à preguiça."
O padre Paulo Ricardo, comentando sobre as mulheres nos evangelhos, afirma: "é no entanto o próprio Cristo quem nos dá a chave de leitura para compreendermos o real valor da mulher. Os quatro evangelhos, com efeito, ao narrarem a postura de Nosso Senhor em relação às diversas figuras femininas que vez por outra lhe cruzam o caminho, descrevem um "comportamento extremamente simples e, exatamente por isso, extraordinário, se visto no horizonte do seu tempo"; trata-se de um comportamento que, por sua profundidade e transparência, quebra os "tabus" da sociedade judaica de então. É de fato desconcertante para a mentalidade da época a singeleza, a sinceridade com que Jesus dialoga com a Samaritana, para a qual deixa "transparecer pela primeira vez a sua condição de Messias" (cf. Jo 4, 1-14). São, aliás, os próprios discípulos que de certa maneira se escandalizam ao ver o Mestre em conversa com uma mulher pertencente ao povo talvez mais execrado pelos judeus: "admite-se universalmente—e até por parte de quem se posiciona criticamente diante da mensagem cristã—que Cristo se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a tal dignidade. Às vezes, isso provocava estupor, surpresa, muitas vezes raiando o escândalo: "ficaram admirados por estar ele a conversar com uma mulher" (Jo 4, 27), porque este comportamento se distinguia daquele dos seus contemporâneos. "Ficaram admirados" até os próprios discípulos de Cristo. O fariseu, a cuja casa se dirigiu a mulher pecadora para ungir os pés de Jesus com óleo perfumado, "disse consigo: «Se este homem fosse um profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que o toca: é uma pecadora»" (Lc 7, 39). Estranheza ainda maior ou até "santa indignação" deviam provocar nos ouvintes satisfeitos de si as palavras de Cristo: "Os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus" (Mt 21, 31). A solicitude e o respeito mantidos por Cristo diante da mulher, qualquer que fosse a sua condição, vêm sempre acompanhados daquela reserva e gravidade que marcam a pureza de vida de Nosso Senhor. Mas nem por isso Ele "deixa de tratá-las com especial [...] deferência". Será justamente uma mulher, Maria Madalena, a primeira testemunha da Gloriosa Ressurreição; a ela caberá o encargo, conferido pelo mesmo Jesus, de transmitir aos Apóstolos, amedrontados e desconsolados, a boa nova (cf. Jo 20, 11-18). Foram três mulheres que três dias antes mantiveram-se firmes, perseverantes embora tristes, ao pé da Cruz de que pendia o santíssimo corpo flagelado do Verbo encarnado (cf. Jo 19, 25). Foram também três mulheres que tiveram o desvelo de, logo ao amanhecer, ir ao sepulcro de Deus para o ungir e lavar. Poder-se-ia ver nesta coragem e fortaleza femininas que recorrentemente despontam no Evangelho um prenúncio da íntima relação que, na história da Igreja, se faria sentir entre mística e feminilidade, pois as mulheres, ao menos de um modo geral, deixam-se enamorar por Deus com mais facilidade do que os homens. Com efeito, talvez a constituição mesma do ser mulher, orientada para a doação ao esposo e aos filhos, frutos da união conjugal, seja, só por si, uma cristalização física da maior docilidade que têm as mulheres à moção da Graça e ao Espírito Santo. Como quer que seja, o fato é que desde "o início da missão de Cristo, a mulher demonstra para com Ele e seu mistério uma sensibilidade especial que corresponde a uma característica da sua feminilidade."."
Conclusão:
Podemos concluir que através dos argumentos apresentados, percebemos que o Prates comete erros crassos de interpretação bíblica, tradição da igreja católica, história da igreja e etc. A Bíblia e a igreja católica não é contra a mulher, pelo contrário, é justamente no próprio cristianismo que nós vemos o real valor da mulher que Deus designou e abençoou.
Fontes:
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