sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Jesus não é o Messias? – Refutação a um texto dos judeus da AJA


Introdução:

Como nós, cristãos, sabemos, Jesus cumpriu um grande número de profecias messiânicas. Ele é, indiscutivelmente, o Messias anunciado pelos santos profetas do Antigo Testamento. Entretanto, o Novo Testamente nos mostra que o povo de Israel, os judeus, rejeitaram-No como seu Salvador (João 1:11). E até hoje muitos judeus ainda não aceitam Jesus como o Messias. Eles acreditam que nenhuma das profecias do Antigo Testamento sobre o Messias se aplica a Jesus, de modo que eles ainda aguardam pela chegada desse Messias. Assim, não é de surpreender que eles não aceitem o Novo Testamento como Palavra de Deus. Desse modo, pedimos a você, caro leitor cristão, que não se apavore com tamanha blasfêmia que se segue logo abaixo, pois os judeus autores do texto que será refutado fizeram muitos ataques às passagens do Novo Testamento. O texto deles está em vermelho e a nossa resposta em cinza, logo abaixo.

Alegação:

Algumas pérolas neotestamentárias, confusões e contradições sem fim, as falsas profecias de Jesus Nazareno, a identificação do verdadeiro Messias de Israel.

5.1 Para comprovar-se o elenco de contradições, falsas profecias, confusões e não raro a má fé dos autores do “Novo Testamento”, no vão esforço de tornar a nossa Torah obsoleta e, assim, apresentar as escrituras cristãs como sucedâneo do que se habituaram a chamar de “Velho Testamento”, ou seja, a Bíblia Judaica, basta fazer uma simples leitura e comparação dos textos abaixo citados. Infelizmente, até mesmo esse cotejo causa medo nos cristãos e nos chamados “judeus messiânicos”, porque suas crenças simplesmente desabam, ao primeiro contato com a falta de inspiração Divina de seus escritos sagrados. A lista abaixo, como se percebe, não esgota o tema. Das centenas de contradições, escolhemos algumas, para meditação dos leitores.

5.2 Naturalmente, os exegetas da fraude não se cansarão de tentar explicar o inexplicável, para convencer os crédulos de que o Messias já veio há quase dois mil anos atrás, embora as profecias fidedignas sobre a Era Messiânica somente agora começam a fluir, com a aproximação dos tempos designados como Acharit Hayamin – com a entrada de Israel, como Nação organizada, no centenário mundial, com o retorno dos Judeus ‘a Terra de nossos ancestrais, com a crescente onda de anti-semitismo despontando nos horizontes sóciopolítico e econômico das nações, com o despertar dos Judeus para a Torah, inclusive os descendentes dos convertidos ‘a força ao cristianismo, e, mais ‘a frente, com a breve restauração da Profecia em Israel e a construção do Terceiro Templo no Monte Moriah. Por isso, simplesmente, não seria possível ver-se em Jesus o nosso Messias, porquanto, nos seus dias, no primeiro século da Era Comum, diferentemente do que todos os israelitas esperavam, não floresceu o justo e nem se viu a esperada abundância de paz e nenhum Governo messiânico foi estabelecido! (Salmo 72:7, no texto hebraico 72:8). Além disso, Jesus morreu, algo que não esperamos de Rei-Messias, procedente da casa de David (Isaías 9:7; Daniel 7:14; Salmo 61:6, 7, no texto hebraico 61:7, 8). Anelamos, com fervor, pelo dia em que nosso Messias Se manifestará, para a felicidade de todos os descendentes de Nóe!

Resposta:

Os judeus, ao atacar a crença cristã de que Jesus é o Messias, simplesmente ignoram um fato: Os cristãos acreditam não em uma, mas em duas vindas do Senhor Jesus ao mundo.

A primeira vinda de Jesus seria para cumprir apenas parte das professais messiânicas a Seu respeito, não a totalidade das mesmas. As demais profecias seriam cumpridas em Sua Segunda Vinda. Os cristãos acreditam que a primeira vinda do Messias Judeu não é como o Rei Glorioso que estabeleceria eternamente a paz sobre a Terra, mas como o Servo Sofredor de Deus, que faria a propiciação pelos pecados da humanidade, tal como Isaías profetizou no capítulo 53 de seu livro. É somente em Sua Segunda Vinda que Jesus viria em glória para estabelecer a paz e a justiça, tal como predito em Isaías 9:6-7; Daniel 7:14; Salmo 61:6-7; etc. De fato, o próprio Jesus profetizou sobre a Sua Segunda Vinda, quando voltará glorioso entre as nuvens do céu: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória.” (Mateus 24:30)

O erro dos judeus é não entender justamente isso: que o Antigo Testamento prediz duas vindas do Messias. Eles aguardam apenas por uma vinda, onde o Messias reinará glorioso sobre esta Terra. Para negar a evidência cabal de Isaías 53, cumprida em Jesus (Mateus 28; 1 Pedro 2; Atos 8), eles atribuem tal profecia a Israel. Que blasfêmia!

Alegação:

5.3 Em questão de identificação do Messias de Israel, é vital analisar algumas das exigências fixadas no Tana”ch. Os pré-requisitos messiânicos são amplos, e está bem claro que Jesus não satisfez a nenhum deles; ele apareceu no cenário fora do tempo, não concretizou a libertação de Israel, não reuniu as Tribos dispersas, não pôde restaurar o Templo, porque em sua época não estava destruído, não estabeleceu a paz entre as Nações e, ao contrário, seus professos seguidores, nos últimos vinte séculos, promoveram guerras sem fim, inclusive as duas Guerras Mundiais, além da incessante perseguição dirigida contra os Judeus. Do elenco de exigências que o candidato a Messias deverá satisfazer, de maneira plena, cabal, convincente e definitiva, registramos doze. Eilas: a) O Messias é Judeu (Números 24:17; Deuteronômio 17:15; 18:15); b) ele é descendente da tribo de Judá (Gênesis 49:10); c) ele é descendente do rei David (2 Samuel 7:11-29; Salmo 89:29-37; Jeremias 23:5; 33:17; 1 Crônicas 17:11); d) ele é descendente do rei Salomão (1 Reis 9:4, 5; 1 Crônicas 22:9, 10; 2 Crônicas 7:18); e) não pode ser descendente de Jeconias (Jeremias 22:24-30); f) ele reunirá e restaurará as tribos dispersas de Judá e de Israel, unificando as duas casas (Isaías 11:1, 10-12, 16; 27:12,13; 43:5, 6; Jeremias 3:18; 50:4; Ezequiel 37:16-25); g) sua vinda está associada ‘a construção do Terceiro Templo, que será símbolo da Aliança de Paz (Ezequiel 37:26-28; Isaias 2: 1-4); h) o Messias, com a sua chegada, vem aos que abandonaram o pecado e acabará com a maldade e a pecaminosidade (Isaías 59:20, 21; 60:21; Jeremias 50:20; Ezequiel 37:23; Sofonias 3:13; Malaquias 3:19 [4:1, texto cristão]; i) a Humanidade alcançará a plena consciência da Vontade Divina (Isaías 11:1, 9 40:5; Habacuque 2:14; Jeremias 31:31-34; Joel 3:1. 2 (2:28, 09, texto cristão); j) o reinado do Messias na Terra resultará em serviço universal da Humanidade ao Criador, com paz total entre os homens e na natureza, e todos falarão um só idioma e estarão felizes com as abundantes provisões de toda ordem (Sofonias 3:9; Isaías 2:2-3; 11:1-9; 65:25; Miquéias 4:1, 2; Zacarias 9:10, 16; 14:9; Salmo 72:8-18; Oséias 2:20; Ezequiel 36:29, 30; Amós 9:13); k) ocorrerá a ressurreição física e espiritual dos mortos (Isaías 26:19, Ezequiel 37:12-14; Daniel 12:2; Jó 19:25-27; 33:25-28); e l) o Messias trará o fim das doenças e da morte! (Isaías 35:5, 6, 10; 25:8; Oséias 13:14). Nos últimos vinte séculos, a História encarregou-se de provar que Jesus não satisfez as profecias messiânicas. Ele não é, definitivamente, o nosso Mashiach!

Resposta:

  • Jesus disse que destruiria o Templo e o reconstruiriam em apenas três dias. Ele não fez isso? É claro que fez! Mas precisamos entender de que Templo Ele estava falando. Ele estava falando de Seu próprio corpo. E Ele reconstruiu, sim, este Templo em três dias, isto é, ressuscitou ao terceiro dia: “Então os judeus lhe perguntaram: ‘Que sinal milagroso o senhor pode mostrar-nos como prova da sua autoridade para fazer tudo isso?’ Jesus lhes respondeu: ‘Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias’. Os judeus responderam: ‘Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor vai levantá-lo em três dias?’ Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo. Depois que ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se do que ele tinha dito. Então creram na Escritura e na palavra que Jesus dissera” (João 2:18-22);

  • Jesus nos deu a Sua paz (João 14:27). Miquéias profetizou que “Ele será a nossa paz” (5:5). Paulo disse que “ele é a nossa paz” (Efésios 2:14), que “Ele veio e anunciou paz” (Efésios 2:17);

  • Dizer que os seguidores de Jesus são os responsáveis pelas duas Guerras Mundiais é um verdadeiro disparate! E mais que isso: um verdadeiro desconhecimento de história! Os motivos das Guerras foram conflitos políticos e econômicos internacionais, entre outros. Isso é tão óbvio que dispensa comentários;

  • Dizer que Jesus não preencheu nenhum pré-requisito messiânico já é demais! Vamos pegar todas as passagens por eles citadas e compará-las com as passagens que mostram o cumprimento das mesmas em Jesus. Acompanhe:

a) O Messias é Judeu (Números 24:17; Deuteronômio 17:15; 18:15): Jesus era judeu.


b) ele é descendente da tribo de Judá (Gênesis 49:10): Cumprimento em Jesus: Lucas 3:23-33; Apocalipse 5:5.


c) ele é descendente do rei David (2 Samuel 7:11-29; Salmo 89:29-37; Jeremias 23:5; 33:17; 1 Crônicas 17:11): Cumprimento em Jesus: Mateus 1:1; Lucas 3:23-33; Apocalipse 5:5.


d) ele é descendente do rei Salomão (1 Reis 9:4, 5; 1 Crônicas 22:9, 10; 2 Crônicas 7:18): Cumprimento em Jesus: Mateus 1:1-6.


e) não pode ser descendente de Jeconias (Jeremias 22:24-30). Afirmação judaica: “Jesus não pode ser o Messias, porque ele é um descendente do rei Joaquim. Deus amaldiçoou tanto este rei como sua prole, dizendo que nenhum de seus descendentes se assentaria no trono de Davi.”


Mateus 1:12 traça a linha ancestral de Yeshua [Jesus] através de Jeconias (ou Joaquim). Este neto de Josias reinou em Jerusalém por apenas três meses antes do exílio babilônico. O Senhor colocou esta maldição sobre Jeconias: “Registrem esse homem como homem sem filhos. Ele não prosperará em toda a sua vida; nenhum dos seus descendentes prosperará nem se assentará no trono de Davi nem governará em Judá” (Jeremias 22:30). Alguns estudiosos do Novo Testamento argumentam que a maldição de Jeconias proíbe qualquer um de seus futuros descendentes de reinar no trono de Davi, e que, portanto, a única solução é o nascimento virginal. Não precisamos aceitar esse argumento porque (1) o Tanakh [Antigo Testamento] indica fortemente que a maldição foi revertida e (2) a maldição só pode ter tratado com a prole imediata de Jeconias.


Na maldição de Joaquim, o Senhor aborda especificamente “a sua vida [de Joaquim]” juntamente com as vidas de sua “descendência”. Nem Joaquim nem seus filhos desfrutariam de restauração ao trono em suas vidas. Segundo Walter Kaiser, uma descoberta arqueológica prova que todos os sete filhos de Joaquim foram feitos eunucos depois de serem levados para a Babilônia (Hard Sayings of the Bible, 310). Em seu comentário sobre Jeremias, John Bright conclui: “O número é o de uma lista de censos. Joaquim deve ser inscrito como sem filhos, uma vez que, no que se refere à sucessão do trono, ele era tão bom quanto isso” (Jeremiah, Anchor Bible).


Uma passagem semelhante (Jeremias 36:30) profetiza que Jeoaquim (o pai de Joaquim) “não terá nenhum descendente para sentar-se no trono de Davi”. No entanto, Joaquim sentou-se no trono de Davi por três meses antes do exílio babilônico. É melhor tomar Jeremias 36:30 como uma promessa de que Joaquim iria desfrutar nada mais do que um breve reinado desprovido de bênção divina. Infelizmente, a interpretação de Jeremias 22:30 é desnecessariamente empurrada muito mais longe do que a de Jeremias 36:30.


Não há indícios de uma maldição perpétua, e mesmo que a maldição fosse perpetuamente, há evidências de que Joaquim se arrependeu e reverteu a maldição. Jeremias 52:31-34 indica que o rei de Babilônia começou a mostrar a Joaquim um favor incomum após 37 anos de exílio, mesmo permitindo que ele “comesse regularmente na mesa do rei”. À luz da fúria divina dirigida contra Joaquim em Jeremias 22:24-29, essa inversão de circunstâncias é bastante impressionante, sugerindo que o rei teve uma mudança de coração. Além disso, Deus dirige-se ao neto de Joaquim, Zorobabel, governador de Judá, depois do exílio, dizendo: “‘Eu o tomarei, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel… e farei de você um anel de selar, porque o tenho escolhido’, declara o Senhor dos Exércitos” (Ageu 2:23). Observe o contraste no pronunciamento de Deus sobre Joaquim em Jeremias 22:24: “‘Juro pelo meu nome’, diz o Senhor, ‘que ainda que você, Joaquim, filho de Jeoaquim, rei de Judá, fosse um anel de selar em minha mão direita, eu o arrancaria’”. O anel de selar significava uma estreita e pessoal conexão com Deus. Ageu 2:23 indica fortemente uma reversão da maldição para os descendentes de Jeconias.


Os escritos rabínicos citam os textos acima como evidência de que Joaquim se arrependeu. Pesikta de Rav Kahana 24:11 cita os rabinos dizendo: “Grande é o poder de arrependimento, o que levou Deus a deixar de lado um juramento, o levou a deixar de lado um decreto”. Os rabinos concluíram que o arrependimento de Joaquim levou Deus a deixar de lado a maldição. O texto rabínico, traduzido por William G. Braude e Israel J. Kapstein, prossegue dizendo: “Deus consultou a corte celestial, e ela o libertou do seu juramento” (Pesikta de-Rab Kahana, 316). O relato rabínico enfaticamente sugere uma crença no arrependimento de Joaquim.


Os anti-missionários continuam a citar a maldição de Jeconias como evidência contra as reivindicações messiânicas de Jesus. Contudo, ao fazê-lo, eles contradizem a tradição rabínica! Apesar de serem bem versados nos escritos rabínicos, seu uso desse argumento demonstra hipocrisia e inconsistência.


Fonte: traduzido do artigo do autor, apresentador de rádio, orador, teólogo e ativista judeu cristão Michael Brown: http://realmessiah.com/index.php/en/answers.


Para uma resposta mais completa, veja o livro do mesmo autor: “Respondendo a objeções judaicas a Jesus, vol. 4“, p. 97-102 (são cinco volumes, mas apenas os dois primeiros foram traduzidos para o português).


*Nota do tradutor: Não é surpreendente Deus “voltar atrás”. Em diversas circunstâncias, quando o povo mudou de atitude e de procedimento, abandonando seus pecados, Deus revogou a sentença outrora proferida (Jonas 3:10; Jeremias 26:19; Amós 7:3-6).


f) ele reunirá e restaurará as tribos dispersas de Judá e de Israel, unificando as duas casas (Isaías 11:1, 10-12, 16; 27:12,13; 43:5, 6; Jeremias 3:18; 50:4; Ezequiel 37:16-25): Estas são profecias para o fim dos tempos, ou seja, tanto judeus quanto cristãos aguardam pelo cumprimento delas.

g) sua vinda está associada ‘a construção do Terceiro Templo, que será símbolo da Aliança de Paz (Ezequiel 37:26-28; Isaías 2:1-4): A profecia de Ezequiel 37:26-28 é referente ao fim dos tempos, isto é, àquilo que Deus fará em Sua Segunda Vinda. Isso está profetizado também em Apocalipse 21:1-7. A profecia messiânica de Isaías 2:1-4 também fala sobre aquilo que o Senhor fará nos últimos dias, ou seja, em Sua Segunda Vinda. Assim, essas profecias ainda não se cumpriram. Tanto os cristãos quanto os judeus aguardam pelo cumprimento delas.

h) o Messias, com a sua chegada, vem aos que abandonaram o pecado e acabará com a maldade e a pecaminosidade (Isaías 59:20, 21; 60:21; Jeremias 50:20; Ezequiel 37:23; Sofonias 3:13; Malaquias 3:19 [4:1, texto cristão]: Cumprimento em Jesus: João 3:16; Romanos 8:1-4; Efésios 2:1-22.

i) a Humanidade alcançará a plena consciência da Vontade Divina (Isaías 11:1, 9 40:5; Habacuque 2:14; Jeremias 31:31-34; Joel 3:1. 2 (2:28, 09, texto cristão): Cumprimento em Jesus: 1 João 5:20; Colossenses 1:9.

j) o reinado do Messias na Terra resultará em serviço universal da Humanidade ao Criador, com paz total entre os homens e na natureza, e todos falarão um só idioma e estarão felizes com as abundantes provisões de toda ordem (Sofonias 3:9; Isaías 2:2-3; 11:1-9; 65:25; Miquéias 4:1, 2; Zacarias 9:10, 16; 14:9; Salmo 72:8-18; Oséias 2:20; Ezequiel 36:29, 30; Amós 9:13): Nenhuma profecia diz que o Messias reinará na Terra. Pelo contrário, Daniel (7:13-14, 27) diz que o Seu reinado não terá fim. Um reinado meramente humano teria fim. Mas o reinado do Messias é um reinado sem fim. Logo, não pode ser um reinado terrestre!

Quem vai reinar na terra é o Anticristo (Daniel 9; 2 Tessalonicenses 2:1-10). Jesus disse: “O meu Reino não é deste mundo” (João 18:36). Jesus já reina desde o dia em que ressuscitou (Salmo 2:7-8; 110; Mateus 28:18). Ele é o Senhor dos senhores e Rei dos reis (Apocalipse 19:16).

k) ocorrerá a ressurreição física e espiritual dos mortos (Isaías 26:19, Ezequiel 37:12-14; Daniel 12:2; Jó 19:25-27; 33:25-28): Cumprimento em Jesus: Quando Jesus morreu, os mortos ressuscitaram e saíram dos túmulos (Mateus 17:52-53). Além disso, Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-15), a filha de Jairo (Mateus 9:18, 23-26; Marcos 5:22-24, 35-43; Lucas 8:41,42,49-56) e Lázaro (João 11:17-44). E Jesus ressuscitará a todos, justos e ímpios, para o julgamento: 1 Coríntios 15:42-58; Atos 24:15.

l) o Messias trará o fim das doenças e da morte! (Isaías 35:5, 6, 10; 25:8; Oséias 13:14). Cumprimento em Jesus: Jesus curou o filho do Oficial (João 4:46-54), o paralítico de Betesda (João 5:1-9), libertou o Endemoninhado (Marcos 1:23-28; Lucas 4:31-36), a sogra de Pedro (Mateus 8:14,15; Marcos 1:29-31; Lucas 4:38-39), purificou o leproso (Mateus 8:2-4; Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16), curou o paralítico (Mateus 9:2-8; Marcos 2:3-12; Lucas 5:18-26), o homem que estava com mão mirrada (Mateus 12:9-13; Marcos 3:1-5; Lucas 6:6-10), o criado do centurião (Mateus 8:5-13; Lucas 7:1-10), o endemoninhado mudo (Mateus 12:22 e Lucas 11:14), o endemoninhado geraseno (Mateus 8:28-33; Marcos 5:1-14; Lucas 8:26-39), a mulher enferma (Mateus 9:20-22; Marcos 5:25-34; Lucas 8:43-48), curou também dois cegos (Mateus 9:27-31), o mudo endemoninhado (Mateus 9:32-33), a filha da Cananéia (Mateus 15:21-28; Marcos 7:24-30), um surdo e gago (Marcos 7:31-37), um cego de Betsaida (Marcos 8:22-26), o jovem possesso (Mateus 17:14-18; Marcos 9:14-29; Lucas 9:38-42), um cego (João 9:1-7), uma mulher enferma (Lucas 13:10-17), curou um hidrópico (Lucas 14:1-6), os leprosos (Lucas 17:11-19), o cego Bartimeu (Mateus 20:29-34; Marcos 10:46-52; Lucas 18:35-43); restaurou da orelha de Malco (Lucas 22:49-51; João 18:10); ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-15), a filha de Jairo (Mateus 9:18, 23-26; Marcos 5:22-24, 35-43; Lucas 8:41,42,49-56) e Lázaro (João 11:17-44); e fez muitas outras coisas: “Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos.” (João 21:25). Além, disso, a cura completa nos aguarda no Céu (Apocalipse 21:3-4).

Além disso, note que os judeus apontaram Isaías 53:5 para dizer que quando o Messias viesse, ele curaria enfermos. Isso é irônico, visto que os eles creem que Isaías 53 nem fala do Messias, mas meramente de Israel. Entretanto, é claro que fala do Messias, que curou enfermidades, como disse Mateus:

“Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. E assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Isaías: ‘Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças.'” (Mateus 8:16-17)


Alegação:

5.4 No tocante às falsas profecias de Jesus Nazareno, não nos esqueçamos que basta uma palavra falsa para que o pretenso profeta seja rejeitado – não merece nosso temor (Deuteronômio 18:20-22). É obvio que os exegetas cristãos tentam, desesperadamente, emprestar interpretações diversas para as falsas profecias de Jesus. Não convencem, porém, dada a clareza meridiana de tais enfoques pseudoproféticos. Basta conferi-los:

a) Mateus 16:28: “Em verdade vos digo que alguns aqui se encontram que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam o filho do homem no seu reino.” Seria a farsa da transfiguração o reino? Fiquemos com Daniel 2:44, sobre o Reino do Messias ser real, capaz de destruir os governos adversários;

Resposta:

Ora, mas é claro que a profecia de Mateus 16:28 se refere a transfiguração do Senhor Jesus no monte. Por que será que os judeus desdenharam desta interpretação, mas não se arriscaram a refutá-la?

Vejamos, pois, a explicação de tal profecia:

“Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão de modo nenhum provarão a morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.” (Mateus 16:28).

Nosso Senhor mencionou “alguns” dos que ali estavam, os quais não passariam pela morte sem ver o Filho do Homem vindo no seu reino. Quando olhamos o contexto anterior, percebemos que os que ali estavam eram os Seus discípulos (Mateus 16:21). O evento que Jesus menciona ocorreu uma semana mais tarde (Mateus 17:1), no Monte da Transfiguração, quando estavam presentes alguns dos Seus discípulos (Pedro, Tiago e João — Mateus 17:1). Sendo assim, não será forçosa a interpretação de que nosso Senhor estava se referindo ao fato ocorrido quando Ele se transfigurou no monte uma semana depois. Ali, aqueles discípulos puderam ter uma antevisão da exaltação futura em glória de Jesus e da vinda do Seu Reino. O Senhor foi visto ali em Sua forma glorificada, cumprindo cabalmente o que havia sido predito um pouco antes.

Por ocasião da transfiguração houve uma representação microcósmica do futuro reino da glória. Cristo, o Rei, apareceu com Seu rosto resplandecente “como o sol” e com Suas vestes “brancas como a luz” (Mateus 17:2; comparar com Apocalipse 19:11-16). Esse pode ser considerado, por conseguinte, um genuíno cumprimento da promessa de Mateus 16:28 sobre a manifestação do “Filho do homem no Seu reino”.

Pedro, uma das testemunhas oculares da transfiguração (Mateus 17:1-2), fortalece essa interpretação através das seguintes palavras: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da Sua majestade, pois Ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa Lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo. Ora, esta voz, vinda do Céu, nós a ouvimos quando estávamos com Ele no monte santo” (2 Pedro 1:16-18; comparar com Mateus 17:5; Marcos 9:7; Lucas 9:35).

E quanto a profecia de Daniel 2:44, ela, de modo algum, contraria Mateus 16:28. Afinal, os cristãos creem que a profecia de Mateus 16:28 já se cumpriu no monte da transfiguração, ao passo que a profecia de Daniel 2:44 ainda está pora se cumprir, na Segunda Vinda de Jesus: “Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído e que nunca será dominado por nenhum outro povo. Destruirá todos os reinos daqueles reis e os extermi­nará, mas esse reino durará para sempre.” (Daniel 2:44).

Alegação:

b) Mateus 10:23: “Em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o filho do homem”. Talvez, por isso, os missionários e os “judeus messiânicos” estão loucos para imigrar a Israel, porque, afinal, essa pregação já dura quase 2000 anos e precisa ser finalizada, já que os primitivos pregadores ser finalizada, ainda não concluíram seu trabalho em todas as cidades israelenses. Como não existe outro cenário, Jesus mentiu e é mais um falso profeta;

Resposta:

Jesus não mentiu; Ele não é um falso profeta. Suas palavras se cumpriram, mas é claro que alguns judeus, numa cegueira espiritual, não conseguem perceber isso.

As palavras de Jesus em Mateus 10:23 foram pronunciadas aos doze apóstolos após haver-lhes ordenado que fossem pregar nas vilas e cidades de Israel (ver Mt 10:1-6). O Senhor os instruiu sobre como deveriam levar a cabo a obra de evangelização dos judeus (Mt 10:7-15), advertiu-os quanto aos perigos que deveriam encontrar na jornada, especialmente as perseguições (Mt 10:16-22) e lhes fez esta exortação e promessa: “Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem.” (Mt 10:23). Nos versículos seguintes, até o fim do capítulo, Jesus continua a dar instruções aos discípulos (Mt 10:24-42). Veja um paralelo em Lucas 9:1-10.

Como explicar a afirmação de Jesus no versículo 23 de que os discípulos não terminariam de percorrer as cidades de Israel até que Ele voltasse, se os discípulos já morreram e Jesus ainda não voltou?
Em primeiro lugar, aí Jesus não estava se referindo a Sua Segunda Vinda, pois nessa ocasião Ele ainda nem sequer tinha dito aos seus discípulos que haveria de ser morto pelas autoridades dos judeus e ressuscitar ao terceiro dia (Ele disse isso apenas em Mateus 20:17-19). E sabemos ainda por outras passagens, como Marcos 9:31-32, que quando Jesus os alertou deste fato pela primeira vez, eles não compreenderam. Aliás, nem mesmo após a morte de Jesus os discípulos entenderam isso (João 20:9). Então, em Mateus 10:23 Jesus jamais poderia estar falando de Seu retorno glorioso (Sua Segunda Vinda).

Muitas interpretações improváveis (tais como a destruição de Jerusalém em 70 d. C. e a evangelização dos israelitas no fim dos tempos) têm sido propostas para tentar explicar essa aparente profecia não cumprida, porém é evidente que Jesus estava se referindo a algo que aconteceria de imediato, não anos depois ou no fim dos tempos. Claramente, não se trata de uma referência a Sua Segunda Vinda.
Então de que “vinda do Filho do Homem” Jesus estava falando em Mateus 10:23?

Para sabermos o que aconteceu logo após as recomendações de Jesus ao enviar os discípulos no capítulo 10, devemos ler o capítulo 11, que é a sequência. Fazendo isso, descobrimos que: “aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.” (Mt 11:1).

Como vemos, Jesus também foi pregar sozinho nas cidades dos discípulos. Ou seja, eles foram enviados a todas as outras cidades de Israel, exceto às deles, que, por sua vez, seriam percorridas pelo próprio Jesus; tal fato provavelmente devido a um profeta nunca ser bem recebido em sua casa, conforme Jesus nos diz em Marcos 6:4.

Assim, é óbvio que a frase “até que venha o Filho do Homem” é uma referência ao fato de que Jesus se juntaria novamente aos Seus discípulos depois da missão deles, o que é confirmado no Evangelho de Lucas: “E, regressando os apóstolos, contaram-lhe tudo o que tinham feito. E, tomando-os consigo, retirou-se para um lugar deserto de uma cidade chamada Betsaida.” (Lucas 9:10).

Os discípulos deveriam voltar ali para se encontrar com Jesus para juntos prosseguirem caminho a Betsaida. Por isso, Jesus recomendou-lhes que não perdessem tempo com quem não se mostrava receptivo à mensagem e os perseguia: “Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra…” (Mt 10:2). Pois Ele mesmo completaria a Sua missão antes que os discípulos percorressem as cidades aonde foram enviados e retornaria ao ponto de encontro antes deles: “porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem.” (Mt 10:23). Ou seja, Jesus afirma que antes que os discípulos cumprissem sua missão de percorrer todas as cidades de Israel, Ele mesmo, o Filho do Homem, já teria voltado de sua missão pessoal ao ponto de encontro.

Alegação:

c) Mateus 24:14: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim”. E o evangelho já foi pregado em todo o mundo? “Sim!” – responde o apóstolo Paulo: “não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Colossenses 1:23). E por que o fim do mundo não veio? Porque Jesus mentiu! E mentiu feio mesmo: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mateus 24:34). Onde será que está morando uma pessoa sequer daquela geração, que ouvi a mensagem de Jesus? Tem que sobrar ao menos um… ou era bluff! Jesus é um falso profeta!

Resposta:

Em primeiro lugar, Jesus não disse que iria voltar quando o evangelho fosse pregado em todo o mundo, e sim que viria “o fim”. Que fim? O do templo de Jerusalém, que foi destruído em 70 d.C., não ficando lá “pedra sobre pedra” (Mateus 24:2).


“Jesus saiu do templo e, enquanto caminhava, seus discípulos aproximaram-se dele para lhe mostrar as construções do templo. ‘Vocês estão vendo tudo isto?’, perguntou ele. ‘Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas’. Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: ‘Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?’” (Mateus 24:1-3).


Perceba que os discípulos não fizeram uma pergunta a Jesus, mas três: Quando estas coisas (a destruição do templo) acontecerão? Qual será o sinal da tua volta? Qual será o sinal do fim dos tempos?


Ora, para os judeus, a destruição do templo só poderia significar o fim de Jerusalém, de sua nação e do mundo.


Quando lemos os evangelhos, somos tocados pelo fato que Jesus frequentemente responde à verdadeira questão e não à pergunta que a pessoa pensa que estava fazendo. Sua resposta às perguntas dos discípulos não é diferente. Para os discípulos, todas as três perguntas se referiam ao mesmo evento, mas a resposta de Jesus mostra que há dois eventos indagados: (1) a destruição de Jerusalém e (2) o fim do mundo.


A destruição de Jerusalém:


Jesus adverte seus discípulos que a destruição de Jerusalém seria logo. De fato, ocorreria durante a geração deles (Mateus 23:36; 24:34). Os tempos que precederiam à destruição de Jerusalém seriam inusitados: Haveria um aumento no número de guerras, fomes e terremotos (Mateus 24:6-8). A perseguição aos discípulos também aumentaria (Mateus 24:9-13).


Antes que Jerusalém fosse destruída, o evangelho seria pregado a todo o mundo (Mateus 24:14). Paulo afirmou que isto tinha sido cumprido em Colossenses 1:23 (vamos falar mais sobre isso a seguir). Pouco antes da destruição, a “abominação da desolação”, que Daniel profetizou, aconteceria (Mateus 24:15). Na narração de Lucas destes mesmos assuntos, Jesus disse que o exército Romano cercaria Jerusalém pouco antes da desolação (Lucas 21:20). Josefo, historiador judeu, fala de um tirano, chamado Simão, que matou os sacerdotes “quando eles estavam em seus deveres… muitas pessoas que chegaram ali com grande zelo, vindas desde os confins da terra para oferecer sacrifícios neste célebre lugar… eles mesmos caíram diante de seus próprios sacrifícios, e aspergiram aquele altar … com seu próprio sangue; até os corpos de estrangeiros mortos foram misturados com os de seu próprio país, e os de pessoas profanas com os de sacerdotes, e o sangue de todos os tipos de carcaças de mortos ficou em lagos nos próprios pátios sagrados…” Isto aconteceu logo antes de Tito marchar sobre Jerusalém.


Estes sinais dariam a quem prestasse atenção neles bastante aviso antecipado (Mateus 24:32-33). Quando vissem os sinais, Jesus urge seus seguidores a fugirem de Jerusalém tão depressa quanto pudessem (Mateus 24:16-22). Ele os instou que orassem para que a hora não chegasse num tempo durante o qual a fuga fosse dificultada, como durante o inverno ou num dia de sábado, quando as portas de Jerusalém estariam fechadas. Jesus também os advertiu para que não demorarem por causa de afirmações enganadoras, feitas por pessoas que falsamente se dissessem serem o Cristo, o Messias (Mateus 24:4-5; 23-28). Muitas pessoas ignorariam as advertências de Jesus por causa dessas pessoas. Contudo, os cristãos têm sua advertência (Mateus 24:24-25). De acordo com a história tradicional, os cristãos deram atenção ao seu mestre e nenhum deles pereceu na destruição de Jerusalém.


A destruição profetizada, ainda que severa, limitou-se somente a Jerusalém e à nação de Israel (Mateus 23:25; 24:1-2).


Jesus assegura seus ouvintes de que estas coisas aconteceriam e que Deus não alteraria o que Jesus acabava de profetizar: “’O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão’.” (Mateus 24:35).


Compare a narração de Mateus 24 com Lucas 21.


O fim do mundo:


Jesus agora passa a um novo tópico, concernente a quando acontecerá o fim do mundo. Diferente do fim de Jerusalém, o tempo do fim do mundo não é conhecido; nem mesmo os anjos do céu ou Jesus sabem qual será aquele dia e hora (Mateus 24:36). Observe que Jesus chama este evento “aquele dia.” Esta é a mesma frase usada por Paulo (1 Tessalonicenses 5:2) e Pedro (2 Pedro 3:10-13) a respeito do fim do mundo.


O fim de Jerusalém seria precedido por eventos inusitados, mas no fim do mundo os tempos parecerão normais: “Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem.”  (Mateus 24:37-39). Paulo disse que as pessoas estariam tendo pensamentos contentes de paz e segurança (1 Tessalonicenses 5:3). Nada de inusitado precederá o fim do mundo. Não há nenhuma advertência, nenhum sinal, nada para marcar adiantadamente o evento.


Sem advertência antecipada, não há possibilidade de preparação para o fim no último momento. Portanto, precisamos estar preparados para o evento ocorrer a qualquer tempo (Mateus 24:42-45; 1 Tessalonicenses 5:4-11). Não haverá oportunidade para nos escondermos deste acontecimento (Mateus 24:40-41; 1 Tessalonicenses 5:3). Este será um julgamento universal (Mateus 25:31-46), do qual ninguém pode escapar.


O quadro a seguir compara a explicação de Jesus sobre a destruição de Jerusalém e o fim do mundo.


Destruição de Jerusalém
Mateus 23:36 – 24:35

Fim do mundo
Mateus 24:36 – 25:46

O tempo é identificávelO tempo é desconhecido
Ocorrerá “nesta geração”Acontecerá “naquele dia”
Os eventos precedentes serão inusitadosOs eventos precedentes serão típicos
Haverá advertências antecipadamenteNão haverá advertência
O exemplo da figueiraO exemplo do ladrão
O julgamento será local, na nação de IsraelO julgamento será universal
Sinais específicos do julgamento vindouro podem ser vistosNenhum sinal antecipado do fim
Haverá tempo para escapar do julgamentoNão haverá tempo para fuga

Muito frequentemente, as pessoas misturam os eventos da destruição de Jerusalém com os eventos que tratam do fim do mundo. Isto as induz a acreditarem que podem predizer o fim do mundo.

Portanto, sim, o evangelho já “foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Colossenses 1:23), antes da destruição de Jerusalém, tal como Jesus profetizou; ele foi pregado pelos verdadeiros apóstolos e evangelistas, que o puderam anunciar até nos “confins da terra” (Atos 1:8), conforme a ordem de Jesus, porque foram revestidos do poder do Espírito Santo, que os transportava miraculosamente de uma parte a outra do planeta, como vemos pela história do evangelista Filipe, em Atos 8:39-40. O ter sido “pregado a toda criatura” significa que foi feito acessível a toda criatura, embora nem toda criatura tenha tido acesso a ele. Um bom exemplo dessa verdade é o proclama de casamento. Uma vez publicado (tornado público) em jornal, ninguém poderá dizer que não sabia.

Alegação:

d) João 12:32: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo”. Por que será que os chineses e os indianos – uma grande parte da Humanidade – não foi atraída por Jesus? Por que o islamismo está crescendo mais do que o cristianismo?

Resposta:

“Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.” (João 12:32)

Vejamos, primeiramente, o contexto desta passagem:

“Entre os que tinham ido adorar a Deus na festa da Páscoa, estavam alguns gregos. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, com um pedido: ‘Senhor, queremos ver Jesus’. Filipe foi dizê-lo a André, e os dois juntos o disseram a Jesus. Jesus respondeu: ‘Chegou a hora de ser glorificado o Filho do homem. Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna. Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará. Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para isto, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome! Então veio uma voz do céu: ‘Eu já o glorifiquei e o glorificarei novamente’. A multidão que ali estava e a ouviu, disse que tinha trovejado; outros disseram que um anjo lhe tinha falado. Jesus disse: ‘Esta voz veio por causa de vocês, e não por minha causa. Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim’. Ele disse isso para indicar o tipo de morte que haveria de sofrer. A multidão falou: ‘A Lei nos ensina que o Cristo permanecerá para sempre; como podes dizer: ‘O Filho do homem precisa ser levantado’? Quem é esse ‘Filho do homem’? Disse-lhes então Jesus: ‘Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz’. Terminando de falar, Jesus saiu e ocultou-se deles.” (João 12:20-36)

Muito cristãos calvinistas argumentam que o ‘todos’ desta passagem não pode referir-se a ‘todos’ os homens da Terra, mas sim a ‘todos os tipos de homens’ da Terra, uma vez que no versículo 30 há a palavra “vocês”, provando que o “todos” no versículo 32 refere-se apenas aos cristãos. Entretanto, essa interpretação deve ser rejeitada, pois no versículo 33 João explica que Jesus disse isso “para indicar o tipo de morte que haveria de sofrer”. Calvinistas argumentam que Jesus não morreu por todos, mas apenas por alguns poucos eleitos. Entretanto, sabemos que isso não é verdade. A Escritura claramente afirma que Jesus morreu por todos (2 Coríntios 5:15; 1 João 2:2; Hebreus 2:9; etc.). Então, o que exatamente Jesus quis dizer com “quando for levantado da terra, atrairei todos a mim”? Primeiramente, devemos entender que atração é essa. O modo de Jesus atrair é o Evangelho (Romanos 10:17; 2 Tessalonicenses 2:14). Mas o Evangelho só começaria a ser pregado “a toda criatura” após Ele ser levantado da Terra, isto é, após Ele morrer e ressuscitar, enviando então os Seus discípulos por todo o mundo para anunciar as Boas Novas do Reino “a toda a criatura” (Marcos 16:15), por “todas as nações” (Mateus 28:19). Desse modo, as palavras Dele estão se cumprindo, pois os Seus seguidores estão pregando por todas as partes do mundo ainda hoje. Mas, então, por que há pessoas que não são cristãs, isto é, que “não foram atraídas por Jesus”? Bem, não é que elas não foram atraídas, mas sim que elas estão recusando o chamado de Cristo. Quando uma pessoa ouve a mensagem do Evangelho, ela está sendo atraída por Jesus. Mas ela ainda assim pode recusar essa atração, esse chamado, rejeitando o evangelho (Atos 13:46) ao resistir ao Espírito Santo (Atos 7:51). Por isso Jesus convidou a multidão a crer Nele: “Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”.

Alegação:

5.5 Ora, que falsas profecias são essas? Todos os discípulos de Jesus morreram, devem ter percorrido todas as cidades de Israel e pregaram no mundo todo, como disse Paulo! Mas nada aconteceu. Seriam tais vãs promessas sinais identificadores do Messias? Querem que nós, judeus, acreditemos em tais mentiras “pela fé”? Como explicar a nós, judeus, que, há quase dois milênios, mesmo quando impedidos de orar nesse lugar sagrado, contemplamos o muro das Lamentações, o nosso Kotel, como prova evidente de que um dia o Beit HaMikdash será reedificado – diante de falsa profecia de Jesus de que nada sobraria do Templo? Ora, as pedras do Kotel HaMaaravi continuam umas sobre as outras. A profecia de Jesus falhou espalmadamente: “Em verdade vos digo que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Mateus 24:2). As pedras estão lá – contradizendo o Nazareno!

Resposta:

Como vimos, a profecia de Mateus 10:23 se cumpriu, por isso não há problema de os discípulos do Senhor já terem morrido. E quando ao que Paulo disse em Colossenses 1:23, também já vimos a explicação. Mas, e quanto ao que Jesus disse sobre a derrubada do templo? Não é verdade que tal profecia não se cumpriu. A cidade de Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 d.C (Lc 21:20). O cerco e a queda de Jerusalém são descritos com pormenores gráficos pelo historiador judeu do primeiro século, Flávio Josefo, no livro Guerras dos Judeus, que foi publicado cerca do ano 75 d.C. De acordo com os Evangelhos, Jesus profetizou este evento aproximadamente no ano 30 d.C. Vejamos o relato de Mateus da profecia de Jesus, e comparemo-lo com a história de Josefo.

Jesus: “Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Mateus 24:1-2).

Josefo: “Ora, uma vez que César não foi de modo algum capaz de conter a entusiástica fúria dos soldados, e o fogo avançava mais e mais… assim foi a sagrada casa queimada, sem a aprovação de César.” (Guerras, livro 6, capítulo 4, Seção 7). “Ora, tão logo o exército não teve mais pessoas para matar ou saquear … César deu ordens para que não demolissem mais a cidade inteira e o templo…” (livro 7, capítulo 1, seção 1).

Alegação:

5.6 Há, ainda, algumas coisas intrigantes nos ensinos e condutas de Jesus que causam espécie, quando se considera a grande expectativa construída pela igreja cristã de ser ele o Messias. Vejamos alguns fatos:

a) Jesus era capaz de amaldiçoar uma figueira, simplesmente porque a pobre árvore estava sem frutos, “porque não era tempo de figos” (Marcos 11:13). Que maldade antiecológica! Que violação da Torah! (Deuteronômio 20:19). Será que os cristãos dirão que o vento era simbólico e representa a rejeição de Israel? (Lucas 13:6-8) Ou Pedro está com a razão, ao ter observado que até as raízes da figueiras secaram? (Marcos 11:20, 21). Ora, se tais raízes secas são o Judaísmo, como querem alguns teólogos, o cristianismo, que, alegadamente, teria origem nessas raízes, estaria em grandes apuros! (Romanos 11:16-18);

Resposta:

“Ao ver, à distância, uma figueira coberta de folhagem, foi ver se acharia algum fruto. Mas nada encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Dirigindo-se à árvore disse: Ninguém jamais coma do teu fruto.” (Marcos 11:13-14), Bíblia de Jerusalém.

Os discípulos que caminhavam com Jesus e queriam também saciar a fome estavam impressionados. Pedro estava sem palavras, e com mais o acréscimo do evangelista Marcos, que cita que não era tempo de figos, os discípulos nada entendiam.

Por que Jesus amaldiçoou a figueira?

Tudo fica mais fácil se interpretarmos a figueira como o sistema do Templo de Jerusalém, que não respondia mais às propostas divinas, com seus sacrifícios, prescrições, festas anuais e separação de pessoas entre puros e impuros.
Esta maldição de Jesus que faz a figueira secar está profetizando que Jerusalém será castigada e o castigo atingirá toda a nação escolhida por Deus.

Marcos compara o sistema do Templo com a figueira com exuberante folhagem verde, mas que não produzia mais frutos; era estéril. O Judaísmo da época de Jesus, com o esplendor de Templo, de seus Cultos, com práticas religiosas feitas na perfeição, desejando ardentemente a chegada do Messias está prevendo uma safra superabundante de frutos, que seria o amor a Deus, o fazer Sua vontade e abertos a salvação do Messias.
Mas o que Jesus encontrou foi a oposição dura de Seus chefes, negando Sua doutrina, culminando mais adiante com Sua morte.

A maldição da figueira feita por Jesus nos mostra uma grande ameaça: Deus não suporta esta situação. Ele vai ferir o povo eleito, com uma punição severa, pois Seu povo não correspondia mais a Seus desígnios, isto é, estava estéril.
Vale lembrar que Nosso Senhor não fez mal à figueira. Ele é o Senhor de tudo. Ele deu vida às plantas, animais e homens, e pode nos tirar a vida quando quiser. As plantas existem para servir os animais e aos homens. As árvores nos servem de alimento e, quando as comemos as destruímos, e ninguém pensa que está fazendo mal a um pé de alface que é arrancado do chão para ser comido.

Veja o relato de Jonas 4:5-7, por exemplo, que mostra que Deus fez crescer uma árvore, só para que ela fizesse sombra para Jonas. Porém, no dia seguinte, Ele fez com que a árvore secasse. Será que Deus agiu mal? É claro que não. Ele fez a árvore, e tem o direito de destruí-la, quando e como deseja. Ademais, vele lembrar ainda que Deus fez tudo isso para ensinar a Jonas que, assim como ele (Jonas) se compadeceu de uma árvore, Deus também tem o direito de se compadecer de uma nação – Nínive – que “tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda” (Jonas 4:11).

Toda figueira existe para produzir figos, para nos dar sombra, para embelezar o mundo. A figueira que Cristo fez secar foi usada por Ele para nos ensinar.

Essa figueira foi usada para um fim bem mais elevado do que dar figos para serem mastigados e digeridos. Cristo a utilizou pra nos ensinar como Ele poderia ter exterminado seus inimigos fariseus se assim desejasse. Mostrou também que Israel era uma Nação sem frutos de arrependimento. Deste modo aprendemos muito com essa lição imprescindível!

Jesus ter amaldiçoado uma figueira não é uma violação da lei de Deus em Deuteronômio 20:19. Parece que os judeus estão tendo dificuldade em entender o versículo em questão, que diz: “Quando sitiarem uma cidade por um longo período, lutando contra ela para conquistá-la, não destruam as árvores dessa cidade a golpes de machado, pois vocês poderão comer as suas frutas. Não as derrubem. Por acaso as árvores são gente, para que vocês as sitiem?”
Aqui Deus está dizendo aos israelitas para que, ao lutarem contra uma cidade por um longo período de tempo, não devem destruir as árvores dessa cidade a golpes de machado, pois irão precisar se alimentar dos frutos destas árvores. Jesus não deu golpes a machado na figueira, Ele apenas a amaldiçoou. Assim, Deuteronômio 20:19 é um comando para não golpear a machado as árvores e não um comando para não as amaldiçoar, de modo que Jesus não infringiu tal lei. Ademais, o versículo diz que as árvores não deveriam ser golpeadas a machado porque poderiam dar frutos, mas a figueira que Jesus amaldiçoou não dava frutos; tinha as raízes secas!

Já Romanos 11:16-18 é uma parábola de Paulo, que não deve ser excluída de seu contexto. Os assuntos tratados pelo apóstolo neste capítulo se iniciam no capítulo 9, passando pelo 10 e finalmente chagando ao 11. Assim, não poderemos compreendê-los corretamente se os isolarmos. Em Romanos 9, Paulo fala da eleição de Israel e de sua rejeição ao Messias, de modo que Deus teve que se voltar para os gentios. No capítulo 10, Paulo dá sequência às suas explicações sobre esse assunto. E no capítulo 11, ele finaliza e conta uma parábola de uma figueira, mostrando que os gentios não devem se vangloriar e se achar melhores que os israelitas, pois, do mesmo modo que Deus cortou Israel da salvação (= figueira) por causa de sua falta de fé, Ele pode cortá-los também, se eles (os gentios) não se manterem firmes na fé.

E em Romanos 11:16-24, ele diz: “Se é santa a parte da massa que é oferecida como primeiros frutos, toda a massa também o é; se a raiz é santa, os ramos também o serão. Se alguns ramos foram cortados, e você, sendo oliveira brava, foi enxertado entre os outros e agora participa da seiva que vem da raiz da oliveira, não se glorie contra esses ramos. Se o fizer, saiba que não é você quem sustenta a raiz, mas a raiz a você. Então você dirá: ‘Os ramos foram cortados, para que eu fosse enxertado’. Está certo. Eles, porém, foram cortados devido à incredulidade, e você permanece pela fé. Não se orgulhe, mas tema. Pois se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você. Portanto, considere a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade para com você, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado. E quanto a eles, se não continuarem na incredulidade, serão enxertados, pois Deus é capaz de enxertá-los outra vez. Afinal de contas, se você foi cortado de uma oliveira brava por natureza e, de maneira antinatural, foi enxertado numa oliveira cultivada, quanto mais serão enxertados os ramos naturais em sua própria oliveira?”

Do que será que Paulo estava falando? Ele estava falando que Deus cortou os ramos naturais (os descendentes sanguíneo de Abraão, isto é, os israelitas) da salvação por causa da falta de fé deles e, no lugar deles, “enxertou” os gentios (que são a “oliveira salvagem”) porque estes tiveram fé. Mas eles não deveriam se superestimar, porque eles não sustentavam a raiz, mas a raiz que os sustentava, ou seja, Deus. Se eles permanecessem na fé, Deus os salvaria, mas se eles perdessem a fé não seriam salvos. Do mesmo modo, os “ramos naturais”, os israelitas, seriam enxertados novamente a boa oliveira da qual faziam parte se não continuassem na incredulidade.

Alegação:


b) Jesus tem compromissos com a família? Parece que não: “Se alguém vem a mim, e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, sim, até a própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26). Os cristãos correm para explicar: “odiar, ou seja, amar menos”, conforme nota marginal desse texto, nas traduções. Diferentemente do profeta Elias, que permitiu a Eliseu despedir-se de seus pais e amigos (1 Reis 19:19-21), Jesus não mostrou compaixão com um prospectivo seguidor, que alegou sua preocupação com seu pai falecido: “Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Respondeu-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mateus 8:21, 22). Jesus, ademais, proibiu que seus seguidores chamassem o genitor de “pai” (Mateus 23:9), o que o Criador não fez (Gênesis 2:24; Êxodo 20:12). Os verdadeiros Profetas discordam do Nazareno, quanto a essa proibição estender-se também ‘a esfera espiritual (2 Reis 2:12; 6:21; 13:14). Não admira que os parentes de Jesus o considerassem louco! (Marcos 3:21);

Resposta:

“Se alguém vem a mim, e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, sim, até a própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26):


Resposta: mas é claro que aqui Jesus só está dizendo que, para ser seu seguidor, é necessário amá-lo mais do que à família. Se assim não fosse, como explicar tantos versículos em que Ele aconselha amar o próximo como a si mesmo (Mateus 5:44, 22:39; João 13:34), ou honrar o pai e mãe (Mateus 15:3-6), etc.? Ele próprio foi obediente a seus pais terrenos (Lucas 2:51).


“Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mateus 8:22):


Resposta: essa expressão dita por Jesus está registrada nos evangelhos de Mateus 8.18-22 e em Lucas 9. 57-62. A primeira coisa que devemos observar atentamente é que Jesus está colocando à prova alguns que desejam segui-Lo. Jesus nunca foi de enganar as pessoas e prometer moleza. Nunca omitiu o nível de comprometimento que era exigido para segui-Lo. Assim, ele chega a dizer a um escriba super empolgado para segui-Lo: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mateus 8:20). No texto não temos a resposta desse escriba e nem a informação se ele permaneceu com Jesus depois dessa dura palavra de Cristo. Jesus estava como que ‘peneirando’ para encontrar seus verdadeiros e fieis discípulos.


Após esse escriba, outro rapaz, que, segundo o texto, já era discípulo, coloca como que uma condição diante do chamado de Jesus: “A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai.” (Lucas 9:59).


É pouco provável que o pai desse discípulo tivesse morrido e ele estivesse ali longe de sua família à espera de uma espécie de autorização para ir sepultar seu pai. O mais provável é que esse discípulo estivesse querendo autorização de Jesus para cuidar de seu pai até que esse morresse. Cuidar dos familiares mais velhos era algo muito forte na cultura judaica. Assim, esse rapaz não estaria pedindo nada de mais a Jesus. Porém, a resposta de Jesus foge a uma resposta comum e esperada: “Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus.” (Lucas 9:60).


Alguns podem taxar Jesus de desumano, considerando a dureza de sua declaração. Porém, Jesus não tinha o costume de ser desumano e nem o seria. Jesus tratava com as pessoas, dizendo-lhes exatamente o que precisavam ouvir. Foi assim com o jovem rico. Jesus foi duro porque viu em seu coração que o deus dele era as riquezas. Com a mulher samaritana o discurso de Jesus também foi firme. Assim, não há dificuldades de crer que Jesus estava tratando algo especial na vida desse discípulo. Talvez a sua excessiva preocupação com o pai fizesse com que o reino de Deus não fosse prioridade em sua vida. Jesus, então, coloca as coisas nos seus devidos lugares. Qualquer coisa que estivesse acima do reino do Deus deveria ser repensada, ainda que fosse culturalmente aceita. Ninguém pode servir a dois senhores!


A palavra de Jesus toma um tom ainda mais forte se considerarmos que o pai do rapaz estivesse mesmo morto naquele dia. Jesus estaria exigindo lealdade exclusiva. De qualquer forma, sabemos através das palavras de Jesus, que nossa prioridade no reino de Deus deve exceder qualquer outra prioridade, mesmo as culturais e sociais. Isso fica claro quando Ele diz: “Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lucas 9:62).


A respeito da expressão “deixa aos mortos sepultar os seus próprios mortos”, alguns sugerem que Jesus fez uma espécie de trocadilho, que signifique algo como: “Deixe os espiritualmente mortos sepultar os fisicamente mortos”, mostrando que as outras pessoas podiam cuidar do pai do rapaz. Esta interpretação é viável, visto que a Escritura diz que os pecadores estão “mortos em delitos e pecados” (Efésios 2:1). Quando Jesus pediu que o homem o seguisse (Lucas 9:59), este respondeu-lhe dizendo que desejava primeiro dar assistência à sua família. A questão então é: o que está em primeiro lugar – a família de alguém ou Jesus Cristo. A resposta de Jesus indica o estado espiritual da família daquele homem. Aparentemente eles não eram crentes, e a Bíblia diz que aqueles que não são crentes estão “mortos em seus delitos e pecados” (Efésios 2:1-5). Jesus estava dizendo ao homem que a sua família, que estava morta espiritualmente, cuidaria do enterro. Jesus queria que ele o seguisse. O discipulado cristão requer uma forte disposição. Assim, o mais importante nesse texto, é entender toda a questão que Jesus quis tratar ali naquele momento, conforme discorri acima.


Jesus proibiu seus seguidores de chamarem o genitor de “pai” (Mateus 23:9):


Resposta: vejamos o contexto: “Então, Jesus disse à multidão e aos seus discípulos: ‘Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios bem largos e as franjas de suas vestes bem longas; gostam do lugar de honra nos banquetes e dos assentos mais importantes nas sinagogas, de serem saudados nas praças e de serem chamados ‘rabis’. Mas vocês não devem ser chamados ‘rabis’; um só é o mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. A ninguém na terra chamem ‘pai’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados ‘chefes’, porquanto vocês têm um só Chefe, o Cristo. O maior entre vocês deverá ser servo. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Mateus 23:1-12)


O contexto deixa claro que Jesus estava exortando a multidão e os Seus discípulos a não serem hipócritas como os fariseus e os doutores da Lei, que gostavam de ser chamados rabis, pais e chefes, como se fossem infalíveis, como se fossem o próprio Deus. Jesus diz, então, que só um é o Rabi, o Pai e o Chefe: Aquele que está no Céu.


Assim, o contexto da afirmação de Jesus indica que ele está se referindo a considerar seres humanos como mestres espirituais infalíveis, e não que ele se oponha a termos mentores espirituais falíveis. De fato, Paulo foi um pai espiritual de Timóteo (1 Co 4:15), a quem ele se referiu como sendo seu “amado filho” (2 Tm 1:2). Entretanto, Paulo teve o cuidado de instruir seus filhos espirituais a que somente fossem seus imitadores “como eu sou de Cristo” (1 Co 11:1). Demonstrar respeito devido ao nosso líder espiritual é uma coisa (cf. 1 Tm 5:17), mas dar-lhe obediência incondicional e a reverência que somente a Deus devemos dar, isso é outra coisa.


Os parentes de Jesus o consideravam louco (Marcos 3:21):


Resposta: na época em que Jesus pregava, “seus irmãos, de fato, não estavam exercendo fé nele”. (João 7:5). Houve momentos em que os parentes achavam que Ele estava louco (Marcos 3:21). Mas por que isso acontecia? Ora, porque nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra (Lucas 4:24)!


Alegação:


c) Os cristãos aplicam a Jesus a nomenclatura de Isaías 9:6; assim, ele seria o “Príncipe da Paz”. Custa acreditar, diante e suas palavras: “Não penseis que vim trazer paz ‘a terra; não vim trazer paz, mas a espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra” (Mateus 10:34,35). Não admira o ódio reinante na História, entre cristãos e deste para com os chamados “pagãos”. De fato, o mestre mandou os discípulos adquirirem até espadas, para certa ocasião! (Lucas 22:35-38). Jesus, no fim das contas, manda que seus seguidores matem os Judeus, “seus inimigos” (Lucas 19:27):


Resposta:


1) Jesus disse que não veio trazer praz (Mateus 10:34-35);


Resposta: Jesus veio trazer paz ou espada? Muita gente se confunde a respeito desse tema. Isso porque, na Bíblia, vemos que Jesus é chamado de Príncipe da Paz (Isaías 9.6). Vemos também Jesus dizendo: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14.27). Ao mesmo tempo somos apresentados a uma fala muito forte de Jesus, onde Ele diz: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10.34). Seria possível Jesus ao mesmo tempo trazer paz e espada à terra? Uma não anula a outra? Estaríamos diante de uma contradição do próprio Jesus? É evidente que não! Como sempre, a boa e velha interpretação cuidadosa do texto, levando em consideração seu contexto e boas regras de interpretação, nos explica claramente essa questão.


(1) Sem sombra de dúvida a Bíblia aponta para Jesus como sendo o Príncipe da Paz. Ele é o Soberano portador da paz perfeita. Não a paz falsa – segundo o mundo –, mas a paz verdadeira – segundo Deus (João 14.27). A paz de Jesus é distribuída sem medida no mundo quando Cristo é Senhor na vida das pessoas. Nesse sentido, fica claro que a paz verdadeira está ligada a Cristo, conforme nos diz João 16.33: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”. Como Jesus esclarece, a paz está “Nele” e é alcançada plenamente através “Dele”.


(2) Apesar da paz de Cristo estar à disposição de todos, não são todos que a vivem e a acolhem. No mundo existem os rebeldes, aqueles que encaram a mensagem do Evangelho de Cristo como sendo loucura (1 Coríntios 1.18). O mundo está cheio de perversos, de pessoas que têm suas vidas baseadas no pecado, sem qualquer arrependimento. Nesse sentido vemos Jesus explicando que essas pessoas se levantarão em oposição àqueles que vivem a Sua paz. A “espada” mencionada em Mateus 10.34 é sinônima de divisão e conflito. O mundo insiste em hostilizar a mensagem de Cristo e rejeitá-Lo. Os servos de Deus, como embaixadores de Cristo que vivem nesse mundo, também são hostilizados e rejeitados por seguirem a Cristo. Assim, Jesus exemplifica que até dentro de suas casas, Seus servos poderão enfrentar hostilidade por causa de Seu nome: “Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.” (Mateus 10.35-36). Esse é o sentido da “espada” mencionada nesse texto!


(3) Assim, não existe contradição no fato de Jesus trazer a paz e também trazer a “espada” em meio a esse mundo. É apenas a consequência provocada pelos rebeldes guiados pelo pecado, que resistem fortemente à paz de Jesus, pois a consideram loucura. Jesus, como o Grande Rei Soberano, deixa claro que seus súditos devem amá-Lo sobre todas as coisas (Mateus 10.37-39) e que esse “amor”, às vezes, trará consequências duras como o desprezo e a hostilidade daqueles que não O amam. E isso poderá acontecer até mesmo dentro das relações mais estreitas como entre os círculos familiares (Mateus 10.35-36).


2) Os cristãos têm ódio contra os pagãos;


Resposta: o quê? Cristãos não têm ódio contra os pagãos! A Escritura nos mostra que Israel é a nação eleita de  Deus, que rejeitou o seu Messias, de modo que Deus teve que se voltar para os pagãos (Atos 13:46). Quem são os pagãos? Os pagãos são as pessoas que não são de Israel. Ora, todos os pagãos convertidos a Jesus são cristãos! Como pode, então, cristãos terem ódio contra os pagãos se eles próprios eram pagãos antes da conversão (Efésios 2)? Parece que os judeus deste texto estão tentando dizer que os cristãos os chamam de pagãos, mas essa é uma calúnia da parte deles!


3) Jesus mandou que seus discípulos adquirissem espadas para certa ocasião (Lucas 22:35-38);


Resposta: Jesus exortou Seus seguidores a providenciar duas espadas, pois iria lhes ensinar uma lição importante. Eles carregarem duas espadas não seria algo incomum, pois o historiador judeu Flávio Josefo, no seu livro The Jewish War, diz que era bastante comum judeus da região da Galiléia carregarem armas. Além disso, uma espada não servia apenas para matar; poderia ter vários fins, como, por exemplo, ir abrindo caminho numa mata fechada, nas inúmeras jornadas que eles faziam. 


Quando Jesus foi abordado no jardim de Getsêmani, Pedro usou uma destas espadas para decepar a orelha de Malco.


O que Jesus disse nessa ocasião está registrado em Mateus 26:52: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada”. Sim, Jesus lhes ensinou que, não importava a situação, eles nunca deveriam recorrer à violência, mas serem pacíficos. Observe também que havia duas espadas, mas apenas Pedro fez uso dela. Isso mostra que Jesus tinha por objetivo ensinar esta grande lição ao Seu discípulo que tinha temperamento forte, pois este enfrentaria situações injustas e desesperadoras também, onde seria vítima de calúnias, perseguições e agressões de toda sorte e deveria aguentar o sofrimento com paciência, sem se vingar. De fato, Jesus tinha ensinado isso também em Mateus 5:44: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” E Pedro aprendeu a lição, pois, em sua primeira carta, no capítulo 2, aconselhou os irmãos a sofrerem com paciência, assim como Jesus sofreu.

Ademais, Jesus mesmo disse que Seu Reino não era deste mundo, portanto Seus servos não precisariam lutar para impedir que os judeus O prendesse: “Disse Jesus: ‘O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui'” (João 18:36).


4) Jesus manda que seus seguidores matem os judeus, “seus inimigos” (Lucas 19:27);


Resposta: “Estando eles a ouvi-lo, Jesus passou a contar-lhes uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato. Ele disse: ‘Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar. Então, chamou dez dos seus servos e lhes deu dez minas. Disse ele: ‘Façam esse dinheiro render até à minha volta’. Mas os seus súditos o odiavam e depois enviaram uma delegação para lhe dizer: ‘Não queremos que este homem seja nosso rei’. Contudo, foi feito rei e voltou. Então mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinham lucrado. O primeiro veio e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu outras dez’. ‘Muito bem, meu bom servo! ’, respondeu o seu senhor. ‘Por ter sido confiável no pouco, governe sobre dez cidades’. O segundo veio e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco vezes mais’. O seu senhor respondeu: ‘Também você, encarregue-se de cinco cidades’. Então veio outro servo e disse: ‘Senhor, aqui está a tua mina; eu a conservei guardada num pedaço de pano. Tive medo, porque és um homem severo. Tiras o que não puseste e colhes o que não semeaste’. O seu senhor respondeu: ‘Eu o julgarei pelas suas próprias palavras, servo mau! Você sabia que sou homem severo, que tiro o que não pus e colho o que não semeei. Então, por que não confiou o meu dinheiro ao banco? Assim, quando eu voltasse o receberia com os juros’. E disse aos que estavam ali: ‘Tomem dele a sua mina e deem-na ao que tem dez’. ‘Senhor’, disseram, ‘ele já tem dez!’ Ele respondeu: ‘Eu lhes digo que a quem tem, mais será dado, mas a quem não tem, até o que tiver lhe será tirado. E aqueles inimigos meus, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam-nos aqui e matem-nos na minha frente!’ Depois de dizer isso, Jesus foi adiante, subindo para Jerusalém.” (Lucas 19:11-28)


Lucas 19:11-28 é uma parábola que Jesus contou. Ela fala sobre um rei, que partiu para uma terra distante, a fim de ser coroado rei. Entretanto, as pessoas daquele lugar não quiseram que ele reinasse sobre elas, eram seus inimigos. Então, o rei mandou que seus servos matassem os seus inimigos em sua frente. É claro que o rei dessa parábola é Jesus e Ele veio ao mundo para reinar, mas os seus inimigos não permitiram que Ele reinasse sobre eles. Tais pessoas serão destruídas quando Jesus voltar em glória para estabelecer a paz. Isso, à primeira vista, pode parecer cruel, mas é o justo: o castigo para todo aquele que rejeita o seu salvador, o Messias. Quando Ele voltar, Ele vai retribuir a cada um conforme seus próprios feitos: “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um de acordo com o que tenha feito.” (Mateus 16:27; veja também Apocalipse 22:12).


d) As profecias falam do Messias como alguém preocupado com o destino de toda a Humanidade, pois falaria de paz aos não-judeus (Zacarias 9:10; Isaías 9:7). Mas Jesus, ao contrário, não estava muito preocupado com os gentios, proibindo seus discípulos de pregarem para os outros povos (Mateus 10:5-7). Com efeito, comparou uma gentia desesperada, que lhe suplicava ajuda, aos cachorros, sem direito algum! (Mateus 15:21-26);


Alegação:


  • Jesus proibiu seus discípulos de pregaram para os outros povos (Mateus:5-7);

Resposta:


“Jesus enviou estes doze com as seguintes instruções: ‘Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos. Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel. Por onde forem, preguem esta mensagem: ‘O Reino dos céus está próximo’.” (Mateus 10:5-7).

Em primeiro lugar, o Evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: PRIMEIRO DO JUDEU, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. (Romanos 1:16-17). Todo aquele que crê nome do Senhor será salvo (Hebreus 10:38; João 3:16; 1 João 5:12; Efésios 2:8; Atos 16:30-31).

É verdade que a missão original de Jesus foi para os judeus. Mas as Escrituras testificam que ele “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (João 1:11). A posição oficial dos judeus foi a de rejeitá-lo como o seu Messias, e crucificaram-no (Mateus 27; Marcos 14; Lucas 22; João 18). Foi depois da crucificação e ressurreição de Jesus, portanto, que a missão dos discípulos passou a ser ir às nações, cumprindo-se, assim, as profecias quanto aos gentios. Dessa forma, o apóstolo Paulo pôde dizer aos cristãos de Roma que o Evangelho era “primeiro do judeu, mas também do grego” (Romanos 1:16). Por causa da sua rejeição a Jesus, a nação de Israel foi cortada (Romanos 11:19), mas, quando futuramente se completar a “plenitude dos gentios” (Romanos 11:25), então Israel será enxertada de novo (Romanos 11:23-26).

“Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: ‘Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; MAS IDE, ANTES, às ovelhas perdidas da casa de Israel.’” (Mateus 10:5-6).

A ordem de Jesus foi clara: Ele aqui não proibiu ninguém de pregar aos samaritanos, ou aos demais pagãos, apenas destacou que os apóstolos deveriam pregar PRIMEIRO às ovelhas perdidas da casa de Israel (aos judeus), mas depois também aos pagãos: Mateus 28:19 – “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”; Marcos 16:15 – “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (ver Atos 8:25; Atos 15:3; Atos 22:21; Atos 28:28). Já não há mais distinção entre judeu e gentio, porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10:12-13).

Portanto, Jesus pregou sim aos samaritanos (João 4:1-42). Ele apenas enviou os Seus discípulos PRIMEIRO às ovelhas perdidas de Israel (Mateus 10:5-6), e depois aos pagãos também (Mateus 28:19; Marco 16:15).


Alegação:


  • Jesus comparou a gentia desesperada, que lhe suplicava ajuda, aos cachorros, sem direito algum (Mateus 15:21-26);

Resposta:

No tempo do Antigo Testamento, quando havia rivalidade entre os povos, um povo costumava chamar o outro de “cachorro” (1 Samuel 17:42-43). Na época de Jesus, os judeus costumavam chamar os gentios de “cachorros”. O povo judeu se achava superior aos outros povos porque tinha a Lei. Posteriormente, Paulo explicou que Jesus anulou a Lei, “a barreira, o muro de inimizade” entre judeus e gentios, e estabeleceu a paz entre esses povos, transformando-o num só povo, a Igreja (Efésios capítulos 1 ao 3). De fato, Jesus mesmo disse que faria isso (João 10:16). Mas se é assim, como vamos entender o texto dos Evangelhos que fala sobre uma mulher cananéia vindo pedir ajuda a Jesus e a resposta dEle de que “não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”?


Primeiramente, vamos ler o texto com calma:


21 Saindo daquele lugar, Jesus retirou-se para a região de Tiro e de Sidom.

22 Uma mulher cananéia, natural dali, veio a ele, gritando: ‘Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito’.

23 Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: ‘Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós’.

24 Ele respondeu: ‘Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel’.

25 A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: ‘Senhor, ajuda-me!’

26 Ele respondeu: ‘Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos’.

27 Disse ela, porém: ‘Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos’.

28 Jesus respondeu: ‘Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja’. E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.”

(Mateus 15:21-28; veja também Marcos 7:24-30)

 

Naquela época, era comum para os judeus considerarem os gentios como vira-latas ou pior, como cachorros selvagens (do grego κυων – kuon). Mas não foi esta a palavra que Jesus usou. Ele usou a palavra “cachorrinho” (do grego κυναριον  – kunarion), referindo-se a um cãozinho de estimação. Apesar disso, parece um pouco rude comparar esta mãe desesperada a um cachorrinho. Mas não foi o que ocorreu. Jesus estava colocando a atitude desta mãe à prova, não por que Ele precisava conhecer melhor seu coração, mas para que ela e seus discípulos aprendessem uma importante lição.


A lição dada a mulher cananéia:


A mulher se aproxima de Jesus usando uma expressão própria do povo judeu: “Filho de Davi” (v. 22). Segundo Warren Wiersbe, por ser uma mulher gentia, ela não poderia ter feito isso. Aquilo poderia indicar que ela estava tentando se passar por uma mulher judia. Porém, gentios não são salvos por primeiramente se converterem ao Judaísmo. Não era isso que ela precisava. Quando ela age dessa forma, Jesus permanece calado. E quando os discípulos, incomodados com a situação, pedem a Jesus para dar um jeito de livrar-se dela, ele lhes responde: “Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel” (v. 24). E, nesse instante, a mulher muda a sua atitude e O adora de joelhos e O chama apenas de “Senhor” (v. 25).


mulher cananeia


Os judeus não pensavam em adorar o Messias, pois esperavam que ele fosse simplesmente um descendente carnal de Davi e nada mais (confira a resposta de Jesus a essa falsa concepção messiânica em Marcos 12:35-37). Quando a estrangeira Lhe aceita como “Senhor” (como fez o próprio Davi em Salmos 110:1; citado por Jesus em Marcos 12:35-37), Jesus lhe dirige a palavra e diz: “Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (v. 26).


A resposta dela foi um tanto quanto inesperada: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Ela aceitou ser comparada a um cachorrinho. Ela aceitou o fato de que o Messias deveria vir primeiro aos judeus (João 1:11). Ela humilhou-se, a ponto de implorar para poder comer apenas algumas migalhas que caem da mesa. Ela sabia que apenas as migalhas do poder do Messias já seriam capazes de libertar sua filha dos demônios.


Então Jesus lhe respondeu, dizendo: “Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja”. E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.


Jesus não olhou para aquela mãe como uma gentia, não; Ele olhou para ela como uma pessoa necessitada. Ele olhou para sua fé e atendeu ao seu pedido. A atitude de Jesus demonstra, portanto, que Ele primeiramente “ignorou” o clamor dela porque esperava que ela cresse nEle como Senhor que vem para resgatar também aos gentios, e não simplesmente como o “Filho de Davi” que vem somente para judeus (de acordo com a falsa concepção messiânica dos judeus de seu tempo).

[Obs.: Durante Seu ministério terreno, Jesus priorizou os judeus – apesar de realizar milagres para os gentios também -, mas após a Sua ressurreição, Ele enviou os Seus discípulos “por todo o mundo” a “proclamar o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15) e a fazer “discípulos de todas as nações” (Mateus 28:18-20). Leia mais no artigo Jesus veio para salvar apenas as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 15:24)?]


A lição dada aos discípulos:


Os discípulos, com uma mentalidade judaica exclusivista, só queriam que Jesus se livrasse logo da gentia. Eles não compreendiam que Jesus veio buscar e salvar todos os que estavam perdidos (Lucas 19:10).


Jesus nunca desprezou os estrangeiros. Pelo contrário, vemos nos Evangelhos que Jesus falou com uma samaritana e prostituta, quando ninguém dava o devido valor a ela, embora os judeus não costumassem falar com samaritanos (João 4:1-30). O Senhor curou o empregado do centurião romano e elogiou a sua fé, dizendo “Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé” (Mateus 8:5-11; Lucas 7:1-10); Ele também curou dez leprosos na divisa da Samaria e Galiléia, e apenas o estrangeiro samaritano voltou para agradecer e Jesus ressaltou a sua fé (Lucas 17:11-19). E Jesus pregou e realizou muitos outros milagres por regiões estrangeiras, como Tiro e Sidom. A cura da filha da cananeia é só um dentre tantos.


Quando Pedro entendeu que Deus ama a todos e quer salvar a todos, ele disse: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (Atos 10:34-35).


Temos que lembrar também as palavras de Paulo:


“Deus é Deus apenas dos judeus? Ele não é também o Deus dos gentios? Sim, dos gentios também, visto que existe um só Deus, que pela fé justificará os circuncisos e os incircuncisos” (Romanos 3:29-30; veja também Romanos 10:12-13 e Gálatas 3:26-28).

 

Conclusão:


Deus é Deus de judeus e gentios, e Jesus veio para oferecer salvação ao mundo todo (cf. João 3:16; Tito 2:11; 1 João 2:2). Jesus sempre chamou a nossa atenção para a fé dos estrangeiros: “Ao ouvir isso [a declaração do centurião que pedia pela cura do seu empregado], Jesus admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: ‘Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé'” (Lc 17:9; cf. Mt 8:10). E há tanto que podemos aprender com a fé desta gentia:


Se insistíssemos tanto quanto ela em nossas orações, não com um coração exaltado, mas sim quebrantado, será que não receberíamos pelo menos das migalhas que caem da mesa? Se ela, na condição de gentia, recebeu das migalhas, será que nós, na condição de filhos de Deus (João 1:12), não receberíamos das iguarias do Rei?


Alegação:


e) Jesus levantava-se contra fatos históricos, na tentativa de confundir seus ouvintes, como fez no seu discurso sobre o maná. Segundo a Torah, o Eterno prometeu fazer chover “pão do céu” [lechem mim-hashamayim] para os hebreus (Êxodo 16:4, ver também Salmos 78:24; 105:40, texto cristão; 78:25; 105:41, texto hebraico). Mas, Jesus afirmou, categoricamente: “Em verdade vos digo: Não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. O verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vós dá.” “Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram”. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer viverá eternamente” (João 6:32, 49, 51). A mensagem ficou sem sentido: os hebreus comeram o “pão do céu”, e morreram; os cristãos, mesmo comendo o seu “verdadeiro pão do céu”, continuam mortais. Que disparate!


Resposta:


Jesus não se levantou contra fatos históricos. Ele apenas disse que o verdadeiro Pão do Céu era Ele. Não é de se surpreender que o Messias diga algo assim, afinal Ele está acima de qualquer coisa. Parece que o problema não está em o Messias se declarar o Verdadeiro Pão do Céu, mas em Jesus, que eles (os judeus) não aceitam como Messias, fazer tal declaração.


Para compreendermos a declaração de Jesus precisamos distinguir o pão real que os israelitas comeram no deserto do pão espiritual, o corpo do Messias.


Jesus alega ser o “Pão do Céu” (João 6:51), mas é claro que Ele não é um pão de verdade. Esta é só uma figura de linguagem. Jesus, nesta passagem, está dizendo ser um pão espiritual, capaz de conceder a vida eterna àqueles que “comem” deste pão, isto é, àqueles que creem Nele. Já o pão que os israelitas comeram no deserto não foi um pão espiritual, isto é, o corpo do Messias, mas sim um pão físico concedido por Deus. Mas por que será que eles comeram e morreram? Ora, porque, mesmo vendo os sinais miraculosos que Deus tinha feito no meio deles, eles duvidaram de Deus e o tentaram (Números 14:21-23). Mas àqueles que comerem o Pão (espiritual) do Céu, o corpo do Messias, terão a vida eterna, de modo que não morrerão. Isso significa que os cristãos nunca morrerão fisicamente? É claro que não. Todos morrerão um dia. A imortalidade da qual Jesus falara é referente a segunda vida, onde os crentes serão ressuscitados e serão imortais. De fato, em outra passagem da Escritura, Ele diz: “Disse-lhe Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra [fisicamente], viverá [espiritualmente]’” (João 11:25). O problema dos judeus é fazer essa eisegese misturando textos com significados literais com textos de significados figurativos. Fazendo isso qualquer um pode encontrar inúmeras “contradições” na Escritura!


Alegação:


f) Jesus se comparava a um ladrão (Mateus 24:43, 44) apesar dos malefícios dessa comparação (João 10:10). Ademais, não achava preocupante o terem chamado de comilão e beberrão, se ele dava razão para isso (Mateus 11:19), embora tal conduta o atingisse moralmente (Provérbios 23:20, 21); e ofendia a incolumidade pública em questões de higiene e purificação (Lucas 11:37, 38; Mateus 15:2), desrespeitando a autoridade divinamente constituída! (Deuteronômio 17:8-13).


Resposta:


  1. Jesus se comparou a um Ladrão, apesar dos malefícios dessa comparação (João 10:10);

Quando Jesus disse que voltará como ladrão, Ele não estava falando literalmente, mas figuradamente. O ladrão rouba em momentos que ninguém espera, do mesmo modo, Jesus voltará quando ninguém estiver esperando por Ele, pegando os desprevenidos de surpresa, mas os justos não, é claro, pois estes já estarão à Sua espera, mesmo sem saber o dia em que Ele voltará e já estarão devidamente preparados: “Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que não ande nu e não seja vista a sua vergonha”. (Apocalipse 16:15)


  1. Jesus não achava preocupante ser chamado de comilão e beberrão – Mateus 11:19.

“Pois veio João, que jejua e não bebe vinho, e dizem: ‘Ele tem demônio’. Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores ’. Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham.” (Mateus 11:18-19)


Mas como conciliar isso com os ensinamentos de Provérbios 23:20-21?


Vejamos:


“Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne. Pois os bêbados e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos.”


Neste provérbio, nos é aconselhado que não andemos com beberrões e comilões, pois tais pessoas se empobrecerão e a insolência os vestirá de trapos. Mas será, então, que Jesus era um comilão e beberrão que empobreceu e a insolência O vestiu de trapos? É claro que não! Perceba que o texto de Mateus 11:18-19 não diz que Jesus era um comilão e beberrão, mas apenas que as pessoas O chamavam assim, pois O viam comer e beber com os publicanos e pecadores. E, como estes eram comilões e beberrões, Jesus acabava sendo visto como comilão e beberrão também, pois andava com tais pessoas. Interpretação de texto é tudo! Se pegássemos esses versículos para dizer que Jesus era um comilão e beberrão, poderíamos pegá-los também para dizer que João Batista estava possuído por um demônio ao pregar a conversão ao povo. Ora, mas o texto não diz que João estava com um demônio, Ele diz apenas que as pessoas diziam que ele estava com um demônio. Ser caluniado de estar com um demônio é diferente de realmente estar com um demônio, tal como ser acusado de ser comilão e berrarão não significa que Jesus era realmente um comilão e beberrão. As acusações eram falsas!


Mas então por que Jesus, mesmo não sendo um comilão e beberrão, não se preocupava que as pessoas dissessem que Ele o era? Ora, Jesus não achava preocupante ser chamado de comilão e beberrão porque andava com os publicanos e pecadores, pois sabia que era no meio deles que estavam os perdidos que Ele precisava salvar. Por que o Senhor iria se envergonhar de andar com pecadores se veio precisamente para salvá-los (Mateus 9:13; Lucas 5:32)? Que Messias é esse que os judeus aguardam que não anda com pecadores para convertê-los? Afinal, a Escritura diz que todos somos pecadores (Salmo 14; Isaías 53:5, 59:2; Romanos 3)!


  1. Ofendia a incolumidade pública em questões de higiene e purificação (Lucas 11:37, 38; Mateus 15:2), desrespeitando a autoridade divinamente constituída! (Deuteronômio 17:8-13).

  • Lucas 11:37-38: “Tendo terminado de falar, um fariseu o convidou para comer com ele. Então Jesus foi, e reclinou-se à mesa; mas o fariseu, notando que Jesus não se lavara cerimonialmente antes da refeição, ficou surpreso.”

Aqui, vemos que Jesus foi convidado para comer na casa de um fariseu e aceitou o convite. Mas o fariseu ficou surpreso ao ver que Jesus não se lavava cerimonialmente antes da refeição. Note o que Jesus diz depois disso: “Então o Senhor lhe disse: ‘Vocês, fariseus, limpam o exterior do copo e do prato, mas interiormente estão cheios de ganância e da maldade. Insensatos! Quem fez o exterior não fez também o interior? Mas deem o que está dentro do prato como esmola, e verão que tudo lhes ficará limpo.’ Ai de vocês, fariseus, porque dão a Deus o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a sorte de hortaliças, mas desprezam a justiça e o amor de Deus! Vocês deviam praticar estas coisas, sem deixar de fazer aquelas.’” (Lucas 11:39-42)


Aqui podemos perceber que os fariseus se importavam demais com o exterior e esqueciam-se do interior. Isto é, eles se importavam em lavar o corpo e o prato, mas por dentro estavam cheios de ganância e de maldade. Eram pessoas hipócritas, que achavam que ficariam puros ao lavar o exterior. Mas fazendo isso desprezavam a justiça e o amor de Deus, pois para Deus o importante é o interior, isto é, a fé verdadeira e as boas obras, que os fariseus não tinham. Eles deturpavam a Lei de Deus e queriam que todos os obedecessem. Quando Jesus se recusou, Ele não estava desobedecendo a Lei do Senhor, mas as falsas tradições humanas dos fariseus, que esvaziavam a Palavra de Deus.


Perceba ainda que o judeu citou Deuteronômio 17:8-13 para dizer que Jesus desrespeitou a autoridade divinamente constituída. Mas o que esse texto diz é:


Se para os seus tribunais vierem casos difíceis demais de julgar, sejam crimes de sangue, litígios ou agressões, dirijam-se ao local escolhido pelo Senhor, o seu Deus, e procurem os sacerdotes levitas e o juiz que estiver exercendo o cargo na ocasião. Apresentem-lhes o caso, e eles lhes darão o veredicto. Procedam de acordo com a decisão que eles proclamarem no local que o Senhor escolher. Tratem de fazer tudo o que eles ordenarem. Procedam de acordo com a sentença e as orientações que eles lhes derem. Não se desviem daquilo que eles lhes determinarem, nem para a direita, nem para a esquerda. Mas quem agir com rebeldia contra o juiz ou contra o sacerdote que ali estiver no serviço do Senhor, terá que ser morto. Eliminem o mal do meio de Israel. Assim, todo o povo temerá e não ousará mais agir com rebeldia.” 

 

Ou seja, esse texto fala sobre como julgar casos de crimes de sangue (assassinato), litígios ou agressões. Jesus nunca cometeu nenhum desses crimes. Logo, Ele não desrespeitou nenhuma “autoridade divinamente constituída”. Ademais, o fariseu que O convidou para comer não pôde julgar Jesus de ter cometido crime algum só porque comeu sem lavar as mãos. O máximo que ele pôde fazer foi ficar “surpreso”. Por quê? Porque Jesus se recusou a seguir as tradições humanas que eles haviam inventado para deturpar a Palavra de Deus. Jesus, com o Seu Exemplo, nos mostrou que não devemos nos sujeitar a tradições humanas, mas sim à Palavra de Deus, que exige, antes de qualquer outra coisa, a limpeza interior.


  • Mateus 15:2: “Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos antes de comer!”

Mateus 15:1-23 relata que os discípulos do Senhor Jesus estavam comendo sem lavar as mãos e o Senhor não os repreendeu, mesmo quando pressionado pelos fariseus a fazê-lo. Neste texto, Jesus também fala que a pureza vem do interior, do coração, e ela não é alcançada através de lavagens de mãos, que representam o exterior.


Mas, então, será que Jesus e seus discípulos realmente transgrediram a lei dos antigos religiosos, tal como os fariseus disseram? É claro que não!


A Lei prescrevia que os sacerdotes lavassem as suas mãos e seus pés na bacia de cobre localizada entre o santuário e o altar antes de ministrarem junto ao altar ou entrarem na tenda de reunião (Êx 30:18-21). A Lei também dizia que, em caso de se encontrar uma pessoa assassinada, e fosse impossível determinar com certeza quem foi o assassino, os anciãos da cidade mais próxima de onde se encontrou o morto deviam levar uma novilha, que ainda não havia sido colocada para trabalhar, ou que nunca havia puxado um jugo, para um vale de torrente em que corresse água, e ali quebrar a nuca da novilha. Depois disso, os anciãos deviam lavar as mãos sobre a novilha, denotando a sua inocência com respeito ao assassinato. (De 21:1-8). Também, segundo a Lei, a pessoa era considerada impura se fosse tocada por alguém que tivesse um fluxo e que não tivesse lavado as mãos (Lv 15:11). Mas a lei não ordenava que as pessoas lavassem as mãos cerimonialmente antes de comer.


Os escribas e os fariseus do primeiro século davam grande importância à lavagem das mãos, e criaram caso com Jesus Cristo porque os discípulos dele desconsideravam as tradições dos homens dos tempos antigos por não lavarem as mãos, antes de fazer uma refeição. Não se tratava de uma lavagem comum das mãos, por razões de higiene, mas sim de um ritual cerimonial. “Os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos até os cotovelos” (Mc 7:2-5). O comentário bíblico Moody diz: “O costume rabínico (não mosaico) não era relativo à higiene, mas cerimonial. Sua força contritora era popularmente considerada maior do que a da Lei propriamente dita, e alguns rabis iam muito longe a fim de observá-lo (veja Mc. 7:4).”


E, novamente, em Deuteronômio 17:8-13, lemos: “Se para os seus tribunais vierem casos difíceis demais de julgar, sejam crimes de sangue, litígios ou agressões, dirijam-se ao local escolhido pelo Senhor, o seu Deus, e procurem os sacerdotes levitas e o juiz que estiver exercendo o cargo na ocasião. Apresentem-lhes o caso, e eles lhes darão o veredicto. Procedam de acordo com a decisão que eles proclamarem no local que o Senhor escolher. Tratem de fazer tudo o que eles ordenarem. Procedam de acordo com a sentença e as orientações que eles lhes derem. Não se desviem daquilo que eles lhes determinarem, nem para a direita, nem para a esquerda. Mas quem agir com rebeldia contra o juiz ou contra o sacerdote que ali estiver no serviço do Senhor, terá que ser morto. Eliminem o mal do meio de Israel. Assim, todo o povo temerá e não ousará mais agir com rebeldia.”


Isso significa que Jesus e seus discípulos deveriam respeitar a tradição cerimonial (criada pelos fariseus e não por Deus) de lavar as mãos até os cotovelos antes de fazer qualquer refeição? É claro que não! Primeiramente, porque Deuteronômio 17:8-13 diz que é para as pessoas se submeterem às leis dos sacerdotes quanto à sentença de algum crime, como o derramamento de sangue (assassinato), litígio ou agressões. Ou seja, este texto ordena que todos se submetam e cumpram às ordem dos sacerdotes quando estes determinarem a punição para algum crime hediondo, e não para que se submetam à ritos cerimoniais humanos. Como vimos anteriormente, os fariseus queriam que todos seguissem as suas doutrinas humanas, coisas inventadas por eles, que contrariava à Lei de Deus. Eles eram muito hipócritas!


Alegação:


5.7 Realmente, se as pessoas levassem a sério os ensinos de Jesus e imitassem a sua conduta (João 13:15), a Humanidade estaria cheia de mutilados pela fé (Mateus 5:29, 30); de famílias destruídas pelo ódio (Lucas 14:26; Mateus 10:35); de covardes, sem senso de dignidade (Lucas 6:29); de miseráveis e perdulários, por de perderem o reino dos céus (Mateus 19:21-24); de homens cadastrados (Mateus 19:12); de subnutridos, por tantos jejuns (Mateus 5:20); Lucas 18:12); de ladrões justificados pelo mau exemplo (Marcos 11:1-6; João 13:15); de destacadores da autoridade constituída! (Lucas 13:31,32); de espancadores nas igrejas (João 2:15); e de porcos endemoninhados (Marcos 5:1-17). De fato, causa espécie certa análise da conduta do mestre!


Resposta:


Se os cristãos levassem a sério os ensinos de Jesus e imitasse a sua conduta (João 13:15), a humanidade estaria cheia de:


Mutilados pela fé (Mateus 5:29-30);



 Famílias destruídas pelo ódio (Lucas 14:26; Mateus 10:35);


  • Lucas 14:26: “Se alguém vem a mim e ama seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.”

Resposta: aqui Jesus não está dizendo que não devemos amar nossos familiares, Ele diz apenas que não devemos amá-los mais do que amamos a Ele, pois do contrário não poderemos ser Seus discípulos. Por quê? Porque ser discípulo de Jesus significa renunciar a tudo, à bens materiais, à família, à nós mesmo, e tomar a nossa cruz (Lucas 9:23).


  • Mateus 10:35: “Pois eu vim para fazer que o homem fique contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra.”

Resposta: temos de fazer uma distinção entre o propósito da vinda de Cristo à Terra e as decorrências de sua vinda. O seu propósito foi o de trazer paz – paz com Deus para os incrédulos que nele cressem (Rm 5:1), e finalmente a paz de Deus aos crentes (Fp 4:7). Entretanto, a consequência imediata da vinda de Cristo foi separar aqueles que eram por ele daqueles que eram contra ele – foi separar os filhos de Deus dos filhos deste mundo. Mas, assim como o objetivo de uma amputação é acabar com a dor, ainda o seu efeito imediado é causar dor. De igual modo, a missão final de Jesus é trazer a paz, tanto para o coração do homem como para a Terra. Não obstante, o efeito imediato de sua mensagem era separar aqueles que estão no Reino de Deus daqueles que estão no reino de Satanás.


Covardes, sem dignidade (Lucas 6:29):


Resposta: o texto, contextualizado, diz: “Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica. Dê a todo o que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os ‘pecadores’ amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os ‘pecadores’ agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os ‘pecadores’ emprestam a ‘pecadores’, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso.” (Lucas 6:27-36)


Neste texto vemos apenas que Jesus ensinou a não sermos vingativos, a não pagarmos o mal com o mal, pois Deus quer que sejamos pacíficos (Mateus 5:5, 9). Aliás, não há nada de errado neste ensinamento, afinal, nós não temos o direito de nos vingarmos, visto que é somente a Deus que pertence a vingança (Deuteronômio 32:35). O Apóstolo Paulo nos lembra disso em Romanos 12:19: “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’, diz o Senhor.”


Miseráveis e perdulários, por de perderem o reino dos céus (Mateus 19:21-24);


Resposta: “Disse-lhe o jovem: ‘A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?’ Jesus respondeu: ‘Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me’. Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas. Então Jesus disse aos discípulos: ‘Digo-lhes a verdade: Dificilmente um rico entrará no Reino dos céus. E lhes digo ainda: é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.’” (Mateus 19:20-24)


Este texto nos mostra que dificilmente um rico entrará no Reino de Deus. Perceba que o jovem era rico, mas saiu entristecido após Jesus pronunciar aquelas palavras. Por quê? Porque não queria dividir sua fortuna com os pobres. Então Jesus disse que é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus, porque os ricos são muito apegados aos bens materiais e para entrar no Reino de Deus é preciso ser solidário, amar os irmãos e dividir com eles o que possui. O que há de errado com este ensinamento? Nada. O segundo maior mandamento é amar o próximo como a si mesmo (Mateus 22:39). E amar o próximo significa, entre outras coisas, ajudá-lo em suas necessidades (Tiago 2:14-26). João nos diz que “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1 João 4:8). Por isso um rico dificilmente entrará no Reino de Deus: porque prefere deixar as suas riquezas “enferrujando” (Tiago 5:2-3), ao invés de ajudar os irmãos necessitados. O Apóstolo João nos diz que “quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é justamente o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também o seu irmão.” (1 João 4:20-21). É preciso amar a Deus e amar os irmãos (Mateus 22:37-39; Gálatas 5:14).


O problema surge quando as pessoas entendem que para entrar no Céu é necessário doar absolutamente tudo o que possui aos pobres. Na verdade, não é bem isso. Jesus não quer que passemos necessidades, mas apenas que tenhamos o suficiente para viver um dia de cada vez, sem ficar acumulando fortunas enquanto os irmãos morrem de fome. Além disso, não acumular dinheiro é bom, pois evita que acabemos depositando a nossa esperança nas riquezas e não em Deus: “Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus.” (Salmo 20:7).


Então um rico não precisa vender absolutamente tudo o que tem e dar aos necessitados, empobrecendo completamente. Não! Mas ele precisa estar disposto a ajudar os necessitados e depositar a sua esperança não em riquezas, mas em Deus: “Admoeste os ricos deste mundo, para que não sejam orgulhosos e não coloquem sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos dá tudo com abundância para que nos alegremos. Que eles façam o bem, se enriqueçam de boas obras, sejam prontos a distribuir, capazes de partilhar. Desse modo, estão acumulando para si mesmos um belo tesouro para o futuro, a fim de obterem a verdadeira vida.” (1 Timóteo 6:17-19)


“Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria.” (1 Coríntios 13:3)


Homens castrados (Mateus 19:12);


Resposta: Jesus não era eunuco, se entendermos literalmente essa palavra. A própria etimologia revela o sentido deste vocábulo: euné (leito) exo (preservo). Praticamente o sentido é que esses homens eram privados da possibilidade de manter relações sexuais, seja por livre escolha ou porque tinham os próprios órgãos genitais mutilados.


Na seguinte passagem da Bíblia, Jesus faz referência a três tipos de eunucos:


“Alguns são eunucos porque nasceram assim; outros foram feitos assim pelos homens; outros ainda se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem puder aceitar isso, aceite.” (Mateus, 19:12)


Além dos eunucos que já nasceram com esse tipo de problema e os que foram castrados por outros homens, Jesus fala sobre um outro tipo de eunuco: aquele que praticava o celibato para se dedicar exclusivamente à vida religiosa, ao reino dos céus.


Jesus não está dizendo que todos os seus seguidores devem se castrar literalmente, mas aqueles que, livremente, optarem pelo celibato devem abster-se de atividade sexual. Em Mateus 19 Jesus fala também sobre o matrimônio, deixando claro que cada um foi chamado para algo diferente, uns para o celibatário (de modo que deveriam se abster de atividade sexual) e outros para o matrimônio (de modo que deveriam se reproduzir e dar continuidade ao projeto de Deus). Tanto os celibatários quanto os casados são importantes para o Reino e Jesus deixo isso bem claro. Mas infelizmente nem todos compreendem as Suas palavras. É como Ele próprio disse: “Quem puder aceitar isso, aceite.”


Subnutridos, por tantos jejuns (Mateus 5:20; Lucas 18:12);


Resposta: Mateus 5:20: “Pois eu digo que, se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus.”


Lucas 18:12: “ Jejuo duas vezes por semana…”


O texto de Mateus 5:20 não diz nada de mais, apenas que a nossa justiça deve superar a justiça dos fariseus e doutores da lei, que, por sua vez, eram pessoas bastante hipócritas, como os evangelhos relatam.


Já o texto de Lucas 18:12 mostra a oração abominável de um fariseu, que se achava superior ao publicano. Veja a trecho contextualizado: ‘A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: ‘Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. ‘Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’. ‘Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.’” (Lucas 18:9-14)


Assim, não há nada de errado com nenhum dos textos. Mas parece que os judeus estão novamente tentando fazer uma eisegese juntando dois versículos isolados (Mateus 5:20 e Lucas 18:12) para dizer que Jesus ensinou que, como os fariseus jejuavam duas vezes por semana, seus discípulos deveriam jejuar mais vezes, afinal a justiça deles deveria ser “muito superior à dos fariseus”. De tal modo, jejuando inúmeras vezes por semana, os seguidores de Jesus ficariam desnutridos. Ora, mas é perceptível a eisegese, desonestidade e mal intencionalidade desses judeus autores do texto!


Primeiramente, os discípulos de Jesus terem uma justiça “muito superior à dos fariseus” não significa que eles tenham que fazer tudo o que os fariseus fazem e com maior frequência. Superior não significa maior número, mas sim maior qualidade! E, aliás, o texto de Lucas 18:12 refere-se a oração do fariseu, onde ele diz jejuar duas vezes por semana, mas o texto de Mateus 5:20 aborda um assunto completamente diferente! Em Mateus capítulo 5 (e capítulos 6 e 7), lemos a Pregação da Montanha, onde Jesus dá vários ensinamentos a seus seguidores.


Ladrões justificados pelo mau exemplo (Marcos 11:1-6; João 13:15);


Resposta: assim que Jesus terminou de lavar os pés de Seus discípulos, disse-lhes, em João 13:15, que estes deveriam fazer o mesmo, lavando os pés uns dos outros, pois Ele lhes havia deixado um exemplo. Assim, vemos que é eisegético pegar tal versículo para dizer que Jesus era um ladrão e que Seus discípulos devem ser ladrões também.


Já em Marcos 11:1-6, lemos o seguinte: “Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé e Betânia, perto do monte das Oliveiras, Jesus enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: ‘Vão ao povoado que está adiante de vocês; logo que entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém lhes perguntar: ‘Por que vocês estão fazendo isso? ’ digam-lhe: ‘O Senhor precisa dele e logo o devolverá’. Eles foram e encontraram um jumentinho, na rua, amarrado a um portão. Enquanto o desamarravam, alguns dos que ali estavam lhes perguntaram: ‘O que vocês estão fazendo, desamarrando esse jumentinho?’ Os discípulos responderam como Jesus lhes tinha dito, e eles os deixaram ir.” (Marcos 11:1-6)


O jumentinho não era montado por ninguém e Jesus precisava montar nele. E percebemos, pelas Suas palavras, que Ele não queria que o jumentinho fosse roubado, pois instruiu os Seus discípulos a dizerem, caso alguém perguntasse, que Ele devolveria o jumentinho. Além do mais, no verso 6, quando os discípulos responderam como Jesus lhes tinha dito, as pessoas os deixaram ir, o que significa que elas estavam cientes de que os discípulos de Jesus estavam levando o jumentinho e não se importaram com isso. Os discípulos tinham a permissão dessas pessoas para levar o jumentinho, de modo que isso não pode ser considerado roubo. De qualquer forma, o que aconteceu depois disso é o que nos ajuda a compreender o fato: Jesus entrou na cidade de Jerusalém montado naquele jumentinho, cumprindo, assim, a profecia messiânica de Zacarias 9:9, que diz: “Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta.”


Destacadores da autoridade constituída! (Lucas 13:31,32);


Resposta: Lucas 13:31-32: “Naquela mesma hora, alguns fariseus aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: ‘Saia e vá embora daqui, pois Herodes quer matá-lo’. Ele respondeu: ‘Vão dizer àquela raposa: Expulsarei demônios e curarei o povo hoje e amanhã e no terceiro dia estarei pronto.’”


Jesus desrespeitou a autoridade dos fariseus ao se negar sair da cidade? Sim, mas Ele teve bons motivos para fazer isso:


  • Primeiro cabe obedecer a Deus do que aos homens (Atos 5:29). Era da vontade de Deus que Jesus ficasse na cidade, afinal Pilatos deveria condená-lO a morte, pois Jesus veio precisamente para isso: morrer nas mãos de Pilatos, dos judeus e dos gentios (Atos 4:27-28), para fazer a expiação dos nossos pecados, visto que foi para isso designado (João 3:16; 1 João 4:10);

  • Jesus ficou nesta cidade fazendo algo bom: Expulsando demônios e curando o povo;

  • Jesus tinha mais autoridade que os fariseus, visto que Ele era o Messias.


Espancadores nas igrejas (João 2:15);


Resposta: João 2:14-17 mostra que Jesus expulsou uns cambistas que estavam vendendo algumas coisas na porta do templo. É curioso o fato de os judeus terem citado este texto, pois Ele mostra justamente uma profecia messiânica sendo cumprida por Jesus. Neste texto, após Jesus ter expulsado os cambistas, os discípulos lembraram-se do que está escrito no Salmo 69:9 (“pois o zelo pela tua casa me consome…”) acerca do Messias. Veja: “No pátio do templo viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas. Aos que vendiam pombas disse: ‘Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!’ Seus discípulos lembraram-se que está escrito: ‘O zelo pela tua casa me consumirá.’” (João 2:14-17)


Este texto é tão lindo por revelar Jesus como o Messias que dispensa mais comentários. Mas como os judeus atacaram tal texto para dizer que, se os discípulos de Jesus seguissem o seu exemplo, se tornariam espancadores nas igrejas, vamos a uma breve reflexão: Não raro, lemos notícias sobre pregadores e/ou cantores “gospel” vendendo camisetas, CD’s e DVD’s de “pregações”, etc., e até “vassouras ungidas” que custam R$ 1.000,00. É certo vermos esses “cambistas modernos” comercializando a fé sem fazermos nada? É claro que não! Glórias sejam dadas a Jesus, que nos deu um bom exemplo de como agir diante destas situações!


Porcos endemoninhados (Marcos 5:1-17).


Jesus Expulsa Demônios de um Geraseno (5:1-14)


Resposta: – Na terra dos gerasenos, Jesus encontrou um homem possesso de demônio, que não podia ser controlado (5:1-5);


– Este homem viu Jesus e correu para adorá-lo (5:6-7);


– Ele confessou que Jesus era Filho do Deus Altíssimo;


– Pediu a Jesus que ele não o atormentasse;


– Jesus expulsou os demônios (5:8-13);


– Jesus perguntou o nome do demônio. Ele respondeu que o nome era Legião “porque somos muitos” (5:8-9);


– Os demônios pediram a Jesus que não os mandasse para fora do país, mas para uma manada de porcos (5:10-12);


– Jesus concedeu seu pedido, e os porcos se afogaram no mar (5:13);


– Os homens que tomavam conta dos porcos fugiram e espalharam a notícia deste milagre, e o povo foi ver o que tinha acontecido (5:14);


Expulsada por Jesus, a legião de demônios entrou numa manada de porcos. A escolha desse animal não é casual no conto evangélico. Outro elemento que ajuda a entender melhor esse detalhe é o fato que os discípulos, com Jesus, navegaram, de barco, “até a outra margem do lago”. Isso quer dizer que eles foram para uma terra estrangeira. De fato, os porcos são considerados, segundo a lei do Deuteronômio, animais impuros e não existem em Israel, pois os judeus não podem comer a sua carne. Portanto o porco como personagem da história é muito importante. Para nós, leitores modernos, não parece fazer muito sentido. Mas um leitor contemporâneo dos evangelistas, lendo “porcos” sabia imediatamente que Jesus estava numa terra estrangeira. E também lá Jesus anuncia a Sua Boa-Nova. E também lá os demônios o reconhecem.


Alegação:


5.8 Convém, ainda, fazer um breve registro da desonestidade das citações parciais do Tana”ch no “Novo Testamento”. Se parte essencial do texto é omitida, um novo ensino ou aplicação do texto é omitida, um novo ensino ou aplicação profética deturpada vem a lume. Como já visto, isso ocorrerá com o texto de Oséias 11:1, citado em Mateus 2:15, onde se lê apenas a Segunda parte do versículos de Oséias 11:1. Ademais, o verbo está no passado, porque se refere ‘a libertação dos hebreus no Egito. Um outro exemplo é a citação de Isaías 42:1-4, em Mateus 12:18-21. O texto de Isaías 42:4 (muito mal traduzido pelos cristãos, por motivo óbvio) é omitido na parte que declara: “não será ferido [morto – ver Levítico 24:17, onde ocorre o mesmo verbo hebraico ych´heh], nem correrá [ou se ausentará] até pôr na Terra a Justiça”. Como Jesus foi ferido e morto, e foi ao Céu, segundo os evangelhos, sem que a Terra experimentasse a prometida Justiça, o escritor de Mateus (ou seu reescritor) retirou essa parte do texto, para evitar “mal-entendidos”. Mas está claro: Jesus não é o Messias, se essa aplicação de Isaías, pelos cristãos, estivesse correta.


Resposta:


“Do Egito chamei meu filho” (Oséias 11:1). O que Mateus (2:15) quis dizer ao citar essa passagem do profeta?


Oséias 11:1-2: “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava, mais eles se afastavam de mim. Eles ofereceram sacrifícios aos baalins e queimaram incenso os ídolos esculpidos.”


Mateus 2:15 diz: “…onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”.


O que Mateus quis dizer ao fazer tal citação?


Em ambos os textos, da Peshita aramaica e no Grego em Mateus 2:15 são usadas as palavras “d’net’male”, no aramaico, e “pleroo”, no grego, que significam: “tornar-se pleno, completar, cumprir, preencher, encher algo em um sentido absoluto…” Em Mateus 2:15, comumente traduz-se como “cumprir”: “…E assim se ‘cumpriu’ o que o Senhor tinha dito pelo profeta…”. Porém, vemos textos, tanto no grego quanto no aramaico, em que as palavras das respectivas línguas (“d’net’male”no aramaico, e “pleroo” no grego) também têm o sentido de “completar”; por exemplo: “Estas coisas vos tenho falado a vós, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa (obs: completa – “d’net’male” no aramaico, e “pleroo” no grego).” (João 15:11)


E se ao invés de entendermos Mateus 2:15 no sentido comum de “cumprir”, entendermos da seguinte maneira: “…onde ficou até a morte de Herodes. E assim se tornou pleno o que o Senhor tinha dito pelo profeta: ‘Do Egito chamei o meu filho.’” em que o entendimento da palavra como “tornou pleno” muda nossa visão? Muda muito, pois se vermos como “E assim se cumpriu…” significa que Mateus estava se referindo à passagem de Oséias como uma profecia, e que Jesus cumpriu essa profecia, e isso não é verdade! Mas se Mateus, ao escrever, quis dizer “E assim se tornou pleno…”, poderia estar com outro entendimento em sua mente, e não o de um cumprimento profético. Mateus, como um entendimento simbólico (muito comum em midrashim), se referiu ao “do Egito chamei meu filho”como sendo uma referência indireta do Messias Jesus.


E como ficaria a questão do contexto de que Israel não ouvia os profetas e iam sacrificar aos baalins? Ao citar essa passagem, Mateus logicamente sabia de seu contexto. Mateus quis dizer que em Jesus aquilo que Deus falou por meio de seu profeta foi aperfeiçoado, completo: quando Deus chamou seu filho Israel do Egito, Israel foi e se desviou, sacrificou aos baalins; porém, quando Deus chamou Seu Filho Jesus, o Messias, Ele Lhe obedeceu e Lhe foi fiel, e continua fiel. Assim, foi completo (aperfeiçoado) o que fora dito pelo Senhor através do profeta, pois através de Jesus tornou-se pleno.


Ademais, era a vontade de Deus que o seu Filho, que é profeticamente chamado de Israel (Isaías 49:3), recapitulasse a história de Israel (como afirma Mateus 2:15), de modo que ele tinha de ir ao Egito.


Como entender Isaías 42:4 e Mateus 12:18-21?


Há diferentes traduções da Bíblia. Mas não cremos que elas dificultem o entendimento das Escrituras. Não é verdade que os cristãos omitem, em suas traduções, o fato de o Messias ser ferido e morto, no texto de Isaías 42:1-4. Compare algumas versões cristãs do texto:


“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça. Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.” – Isaías 42:1-4, ACF.


“’Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações. Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça; não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça sobre a terra. Em sua lei as ilhas porão sua esperança.’” – Isaías 42:1-4, NVI.


Agora vejamos Mateus 12:18-21:


“’Eis o meu servo, a quem escolhi, o meu amado, em quem tenho prazer. Porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará justiça às nações. Não discutirá nem gritará; ninguém ouvirá sua voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não apagará o pavio fumegante, até que leve à vitória a justiça. Em seu nome as nações porão sua esperança.’” – NVI.


Lembrando que em Seu batismo Jesus recebeu o Espírito até mesmo de forma visível (Mateus 3:16-17).


Observe que Isaías diz que o Messias não seria ferido nem morto até que estabelecesse a paz. Jesus foi ferido e morto, mas isso não significa que Ele não seja o Messias, pois Ele não deveria ser ferido e morrer sem que antes estabelecesse a paz. Assim, após estabelecer a paz, Ele poderia e deveria morrer. Então a pergunta é: Jesus estabeleceu a paz antes de morrer? Se sim, então Ele é o Messias, de modo que Mateus fez bem em aplicar essa profecia a Ele. E a resposta é sim. Jesus estabeleceu a paz antes de ser ferido e morto. Mas que paz? Certamente não a paz que os judeus esperavam.


Isaías 53:5 diz que o Messias seria ferido e morto por causa dos nossos pecados e transgressões e que esse castigo que estava sobre Ele seria a nossa paz, e por meio de suas pisaduras seríamos sarados. Ademais, Paulo nos diz que o próprio Messias (Jesus) é a nossa paz: “Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito.” (Efésios 2:13-18).


A paz de que a Bíblia fala que o Messias estabeleceria é a unificação dos gentios e dos judeus num só povo, pois todos são filhos de Deus, de modo que Jesus morreu por todos, pois ama a todos e deseja salvar a todos que acreditarem Nele. Ele próprio disse certa vez que traria as “outras ovelhas [os gentios]” ao aprisco de Israel: “Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.” (João 10:16)


Ademais, sobre esse texto, recorda-se que nas Bíblias cristãs há título explicativo acima de Isaías 42:1 – “O Servo do Senhor”, reportando-se a Jesus; mas, no mesmo capítulo 42, acima do verso é cego e surdo”, as Bíblias cristãs substituem o seu messias por Israel: “Lamento sobre a cegueira de Israel”, dizem. Ou seja, se a matéria é boa, é aplicada a Jesus, se contém repreensão, aplica-se aos judeus! Esse expediente de ocultar o restante do texto foi muito explorado por Paulo, como em seu argumento de que Jesus é filho primogênito de D-us, em Hebreus 1:5 onde cita parte de 2 Samuel 7:14: “Eu lhe serei pai, e ele me será filho”. E o restante do versículo? “E quando ele cometer iniquidade, irei corrigi-lo com vara de homem, com açoites de filhos de Adão”. Tal exercício, portanto, é desonesto – ou o versículo todo se aplica a Jesus, ou, não.


Resposta: a questão não é que tudo o que é bom se aplica a Jesus e tudo o que não é se aplica a Israel. Devemos interpretar corretamente essa passagem. Como Jesus poderia ser cego se o profeta está dizendo que o Messias viria para curar os cegos (Isaías 42:7)?


Naturalmente, há mais de um “servo” considerado nesta última parte de Isaías. Há o servo de Deus, Israel, que, ainda que cego para sua justa vontade e surdo para sua disciplina, não será abandonado (41:8-10; 42:18-25; 43:8-13; 44:1-5, 21-28). Há Ciro, o “pastor” do Senhor, sem o saber, seu “ungido” por quem ele libertará seu povo de Babilônia cerca de cem ou mais anos mais tarde (41:2-3; 44:26 – 45:7). E, nos capítulos de encerramento do livro, há os “servos” do Senhor que são os redimidos no reino messiânico (54:17; 56:6; 65:8-15). Porém, o mais significativo de todos, e distinto dos outros, é o Servo ideal de Deus, Aquele por quem seu propósito redentor para Israel e para as nações será cumprido (42:1-9; 49:1-13; 50:4-11; 52:13 – 53:12).


Não há questão quanto ao “servo” do capítulo 42 ser uma figura imensa, com tremenda autoridade. Ele é o deleite de Deus, o instrumento escolhido de seu reino justo entre as nações (42:1). Mas esta passagem torna claro que ele é também um Libertador, aquele que levará a luz aos gentios, abrirá os olhos dos cegos, e livrará os prisioneiros das trevas (42:6-7). E o fará quietamente, e com gentil compaixão (42:2-3). Mateus diz explicitamente que Jesus cumpriu esta passagem quando pediu àqueles que Ele tinha curado que não o fizessem conhecido (Mateus 12:15-21).


Há um segundo “cântico do servo” no capítulo 49. Na superfície, o versículo 3 pode parecer que Isaías esteja falando de Israel, mas os versos que se seguem tornam claro que é outra coisa. Este é o servo que não somente irá redimir Israel, mas cuja grandeza exige que ele seja o Salvador das nações (versículos 5-6). É esta mesma passagem pela qual Paulo justifica a pregação de Cristo aos gentios (Atos 13:46-47).


Mas agora, pela primeira vez, uma nota ominosa insinua-se na visão de Isaías deste Libertador universal. Aos olhos de Jeová, ele há de ser o “Redentor de Israel, e o Santo”, mas é destinado a ser desprezado pelos homens em geral e abominado por Israel especialmente, ainda que por fim aqueles que primeiro olharam para ele com desdém se levantarão para adorá-lo (49:7). Paulo entendeu as palavras do 49:8,”No tempo aceitável, eu te ouvi”, para aplicá-lo à era messiânica. “Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno” (2 Coríntios 6:2-3).


No terceiro “cântico do servo,” Isaías se estende no tema da rejeição do Servo (50:4-11). Em sua extrema submissão a Deus, este Redentor universal achará necessário desnudar suas costas para o açoite e receber em sua face uma saraivada de golpes e cuspe (50:5-6). Ainda que nenhum escritor do Novo Testamento apele para estas palavras, sua semelhança com a agonia de Jesus é tocante. O paradoxo da grandeza do Servo e do seu sofrimento intensifica-se neste capítulo, mas atinge seu clímax em 52:13 – 53:12.


Mas poderemos estar certos de que estes versículos são messiânicos, que eles não falam de algum remanescente santo de Israel, um ou mais dos profetas? A emergência clara de uma única personalidade em todas estas passagens deverá levantar sérias questões sobre tal interpretação, mas os escritores do Novo Testamento dão fim a tal especulação. Lucas entendeu que falavam do Messias, e certamente Filipe também (Atos 8:32-35). Assim João (João 12:37-41) e Pedro (1 Pedro 2:22-25) e Paulo (Romanos 10:16). E mais significativo é o registro de Lucas da aplicação por Jesus das palavras de Isaías 53:12 a si mesmo: “Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito, ‘Ele foi contado com os malfeitores'” (Lucas 22:37).


A verdade é que Isaías 53 permanece uma das mais poderosas provas proféticas do messianismo de Jesus. Foi uma idéia inesperada demais e aparentemente contraditória para ter sido simplesmente desejo esperançoso ou suposição de Isaías. Era incrível demais e totalmente fora da expectativa judaica no primeiro século para ter sido calculadamente preenchido por algum impostor. Como alguém observou, a profecia e o completo cumprimento dela por Jesus são demasiado incríveis para serem falsos!


Paulo, em seu argumento de que Jesus é filho primogênito de Deus, em Hebreus 1:5 onde cita parte de 2 Samuel 7:14: “Eu lhe serei pai, e ele me será filho”. E o restante do versículo? “E quando ele cometer iniquidade, irei corrigi-lo com vara de homem, com açoites de filhos de Adão”. Tal exercício, portanto, é desonesto – ou o versículo todo se aplica a Jesus, ou, não.


Resposta: primeiramente, cabe dizer que não se sabe ao certo quem é o autor de Hebreus. Mas independentemente de ser Paulo ou não, o fato é que os judeus estão fazendo confusão aqui. O autor de Hebreus, em 1:5, não está fazendo alusão somente a 2 Samuel 7:14, mas também ao Salmo 2:7. Veja:


“Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?” (Hebreus 1:5)


Eu serei seu pai, e ele será meu filho. Quando ele cometer algum erro, eu o punirei com o castigo dos homens, com açoites aplicados por homens.” (2 Samuel 7:14)


“Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.” (Salmos 2:7)


Assim, podemos ver que o que o autor de Hebreus fez foi juntar parte de dois versículos proféticos, atribuindo tais profecias a Jesus.


A combinação desses versículos não anula o que está sendo dito, mas reforça o ponto que o autor quer salientar. Há outros casos em que isso ocorre também, em que o autor combina um texto da Escritura com outro. Por exemplo, Mateus 27:9-10 pega uma parte de Zacarias 11:12-13 e outra de Jeremias 19:2,11 e 32:6-9. Também, Marcos 1:2-3 toma uma parte de Isaías 40:3 e outra de Malaquias 3:1; e somente a primeira é mencionada, já que ela é a mais importante.


Em resumo, o autor de Hebreus não apresenta nada de errado ao citar Salmos 2:7 e 2 Samuel 7:14. A citação é precisa, mesmo tendo ele parafraseado uma parte dela e combinado com outra porção da Escritura.


Mas com relação a 2 Samuel 7:14, essa é realmente uma profecia interessante. Nela, Deus diz que o Messias será Seu Filho e Ele [Deus] será o Seu Pai e que quando o Messias cometer algum erro, Deus irá castiga-lo com vara. Mas a questão é: Jesus cometeu algum erro, alguma iniquidade? É claro que não. A Bíblia explicitamente afirma que Jesus nunca pecou: 2 Coríntios 5:21; 1 João 3:5; 1 Pedro 1:19;1 Pedro 2:22; Hebreus 4:15; Hebreus 7:26; Hebreus 9:14; etc. Assim, não há nada de errado em essa profecia ser atribuída a Jesus.


5.9 De todo o conjunto de defeitos neotestamentários, citamos apenas alguns, abaixo, além dos acima abordados, com comentários, recomendados que sejam lidos os textos indicados, para patentear-se a visão caótica desses escritos, que são tidos como “inspirados por D-us”. Facilmente, o pesquisador descobrirá que a Humanidade vem acreditando em fraudes religiosas, que causaram tantas guerras e mortes, e principalmente tanta hostilidade e brutais perseguições contra o Povo de Israel, porque jamais nosso Povo deixou de crer na sagrada Torah, para ser manipulado por invenções humanas. Eis alguns exemplos dessa estranha situação, que permeia todo o “Novo Testamento”, desqualificando-se como Palavra de D-us:

Moshiach Now!!


Resposta: que conclusão absurda! Como vimos, não há nada de errado nos textos por eles citados. Pelo contrário, o que pudemos constatar é que Jesus se encaixa perfeitamente no perfil do Messias prometido. Ademais, Ele cumpriu grande número de profecias messiânicas (mais de 300; veja-as AQUI), o que definitivamente mostra que Ele é o Messias. Em Sua Primeira Vinda, Ele veio como o “Servo Sofredor” de Isaías 53, cumprindo apenas parte das profecias a Seu respeito. Somente em Sua Segunda Vinda Ele virá em toda a Sua glória para reinar eternamente, cumprindo as demais profecias.


Jesus veio para o Seu povo, os judeus, mas os judeus não O receberam. Ainda hoje não O recebem. Não O aceitam como Seu Messias Salvador. Mas os que Nele crerem serão chamados filhos de Deus.


“[O Verbo] Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:10-13)

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