sábado, 29 de janeiro de 2022

Jader José Ibarra (Pensando el Tomismo) responde: o fim do homem deveria ser como qualquer outro organismo natural?


Pergunta:

O fim do homem deveria ser como qualquer outro organismo natural?

Resposta:

Não, não! O homem não é simplesmente mais uma espécie natural do mundo, seu propósito não está aqui na terra: não é servir ao planeta, é servir a Deus. A natureza precisa de nós? E se todos os seres humanos estiverem extintos? Nada! Nada! O fim último do homem é encontrado em Deus. Podemos começar analisando a partir da antropologia filosófica de São Tomás de Aquino, o homem distingue-se dos outros seres vivos, por uma particular propriedade: sua racionalidade:

"De entre as ações que o homem realiza, só podem ser consideradas humanas as que são próprias do homem enquanto homem. O homem se diferencia das criaturas irracionais em que é dono de seus atos. Por isso, só aquelas ações que o homem é dono podem ser chamadas propriamente humanas. O homem é dono dos seus atos através da razão e da vontade; assim, define-se o livre arbítrio como faculdade da vontade e da razão. Chamamos, portanto, acções propriamente humanas que provêm de uma vontade deliberada. As outras ações atribuídas ao homem podem ser chamadas do homem, mas não propriamente humanas, pois não pertencem ao homem enquanto é homem"

A razão é o que torna o ser humano especial, mas essa razão não está subordinada a um fim puramente natural, mas sobrenatural. É assim que, para o cristianismo, fomos criados para amar Deus, como nosso fim último. Não somos parasitas em uma roda natural, como quer nos fazer pensar a visão naturalista ou materialista, nossa função nesta vida não é simplesmente "Perpetuar o DNA" como afirma o escritor ateu Richard Dawkins, desponjando a humanidade de qualquer valor e reduzindo-a à atividade mecânica de um parasita. Pelo contrário, somos realmente especiais e valiosos, por isso mesmo é que não tememos por que estar destinados a oferecer algo à natureza, pois transcendemos este ciclo. Como o homem deve se orientar com sua razão? São Tomás nos explica:

"O fim último dos homens é a bem-aventurança, que todos apetecem, como diz Agostinho. Mas os animais, sem razão, não podem ser bem-aventurados, como diz Agostinho no livro Octoginta trium quaest. Portanto, os outros seres não têm o mesmo fim último que o homem."

Nesta questão da Summa Theologiae Aquino nos explica com mais detalhes sobre o fim último do homem:

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