quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Douglas (Distributista Cristão): a filosofia não é ateísta, pelo contrário: é justamente por ela que se reforça a crença no teísmo


Introdução:

Algumas pessoas na procura de qualquer contra-argumento em relação ao teísmo, apelam para desonestidade intelectual em afirmar que a filosofia é ateísta, muito pelo contrário! É justamente pela filosofia que se reforça a crença no teísmo. Famosos jargões como "Kant destruiu a metafísica" ou "Hegel é a raiz do relativismo" não passam de meros "jargões", demonstrar que essas alegações são falsas é fundamental.

O desenvolvimento da fenomenologia, gnosiologia e epistemologia dos grandes filósofos:

A filosofia não é ateísta, pelo contrário, é por ela que se reforça a crença no teísmo, é necessário demonstrar que Descartes é Católico, que Hegel é hermético panenteísta e que dava vários créditos ao desenvolvimento do cristianismo, de que Kant era cristão pietista, de que Occan era católico, etc. E demonstrar, principalmente, que eles não eram filósofos e nem desenvolveram epistemologia, gnosiologia e fenomenologia APESAR de suas religiões ou sistemas esotéricos, e sim que desenvolveram tudo isso GRAÇAS a seus sistemas esotéricos. 

Platão e Pitágoras jamais teriam desenvolvido nada se não tivessem conhecido o orfismo, quisá, o sistema védico hindu e o hermeticismo egípcio. 

Aristóteles não teria desenvolvido nada a respeito da ação humana, ou da política se não fosse antes sua metafísica que gerou sua análise lógica proposicional através de investigações da ontologia. Tudo isso só porque era teísta. 

Hegel jamais teria desenvolvido a dialética do espírito se não tivesse sido hermeticista e esotérico.

Kant jamais teria se incitado a investigar os limites da razão e a impossibilidade de conhecer o ser-em-si, e, principalmente, o ser-em-si da realidade transcendente, se antes não fosse pietista. 

É tão evidente isso que mesmo filósofos que tanto tentaram destruir a metafísica como Nietzsche, dependem dela, ou não é verdade que ele teve que recorrer a mitos Gregos como o espírito dionisiaco e apolinio para fazer seus aforismos ou alegorias? Ou que em seu famoso livro, "Assim Falou Zaratustra", teve que usar do Zoroastrismo para defender uma moral elitista contra a moral da humildade cristã? O que ele chama de "vontade de potência" é o que, senão metafísica puríssima? 

Ainda o mais engraçado é traçar retroativamente qual a origem do que se considera "vontade" como substância metafísica, passar por Schopenhauer, Spinoza, e encontrar a vontade como cosmogônica e "imanente" as ações humanas na própria filosofia de santo Agostinho. Os racionalistas e idealistas eram internalistas, e já se dividiam entre teorias de reminiscência, um pseudo-intuicionismo, etc. Enquanto os aristotélicos eram externalistas. E foi no externalismo mesmo que surgiu a discussão ocidental se da experiência sensível era possível conhecer os transcendentais. O debate se esgota com a martelada de Kant que concluiu que não, e aí o ocidente tomou um baque e caiu no relativismo. A culpa foi de Kant? Não, a culpa dos religiosos que preferiram se segurar no externalismo depois do tomismo. Se seu pensamento estivesse desde sempre no internalismo agostiniano, a crítica kantiana tinha passado batido e jamais teria ocorrido a crise do relativismo pós-criticismo.

Texto do Douglas: 

Fontes:

História da filosofia grega e romana (Vol. VIII): Volume VIII: Plotino e o Neoplatonismo - Giovanni Reale.

De Hegel a Nietzsche: A ruptura revolucionária no pensamento do século XIX - Karl Löwith.

Assim Falou Zaratustra - Friedrich Nietzsche

Crítica da Razão Pura - Immanuel Kant

Nenhum comentário:

Postar um comentário